A construção de uma unidade prisional federal no município em Bayeux, na Grande João Pessoa, foi motivo de polêmica entre populares e políticos paraibanos, em sua maioria contra a instalação do presídio. O governador Ricardo Coutinho (PSB) esteve entre aqueles que se posicionaram contra, segundo ele, temendo o aumento da criminalidade na região.
“O que mais existe é o crime organizado usar menores de idade para operar”, ponderou o governador. “A construção de presídios não resolve o problema. Sequer fui consultado sobre isso e já antecipo que sou expressamente contra. Bayeux precisa de empregos, de indústrias, de universidades, não de presídio”, completou.
O município de Bayeux havido sido escolhido pelo Governo Federal para receber a nova unidade prisional por atender aos 11 requisitos técnicos elencados na Portaria 98/2017 do Depen, que prevê a construção de cinco novas Penitenciárias Federais de Segurança Máxima Especial no país.
No início desta semana, sem consultar a população paraibana, Ricardo surpreendeu com a publicação de uma medida, no mínimo, contraditória. Uma área de 90 mil metros quadrados foi desapropriada pelo governador para a construção de um presídio estadual na cidade Gurinhém.
A nova unidade prisional custará R$ 31,9 milhões e será construída com recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen). O decreto da área como de utilidade pública para fins de desapropriação consta no Diário Oficial do Estado (DOE), na edição da terça-feira (17).
Para ouvir a população, o deputado estadual Raniery Paulino (PMDB) esteve na noite de ontem (19) no município de Gurinhém. Assim como Ricardo Coutinho em Bayeux, moradores de Gurinhém temem o aumento da criminalidade na região e, em sua maioria, entendem que assim como Bayeux, o Agreste paraibano precisa de mais empregos, escolas e oportunidades de trabalho, não uma unidade prisional.
Uma Audiência Pública, com data ainda a ser definida, será realizada na Assembleia Legislativa da Paraíba para debater a questão.