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Base frágil implode união da oposição

As alianças políticas estão cada vez mais breves. Sem conteúdo programático, afinidade ideológica ou até mesmo um objetivo comum, não resistem mais a uma campanha política. Na Paraíba então, essa “doença” parece ter virado epidemia. Políticos se juntam pura e simplesmente para vencer uma eleição, lotear a “viúva”, sugar os cofres públicos e pronto. Uma carta programa sequer, não embasa mais uma aliança.

Foi isso que aconteceu, por exemplo, em João Pessoa na eleição de 2016, quando um grande acordo para não permitir que o governador Ricardo Coutinho (PSB) tivesse alguma chance de fazer o prefeito da Capital, acabou por juntar no mesmo palanque o prefeito da Capital, candidato a reeleição, Luciano Cartaxo (PSD), os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB) e José Maranhão (PMDB) e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP), além do deputado federal Manoel Júnior (PMDB), que foi alçado a condição de candidato a vice-prefeito, mesmo tendo sido um dos primeiros a levantar suspeitas sobre a obra da Lagoa, que acabou se transformando no maior escândalo de corrupção do governo Cartaxo, até o recém chegado caso do Instituto de Previdência do Município (IPM).

Passada a eleição, dividi-se os cargos, lotea-se a prefeitura e pronto. Acaba o diálogo, que na verdade nunca existiu. Os interesses da sociedade saem de pauta e se espera a próxima eleição, para começar a se discutir formação de chapas, divisão de cargos, tudo de novo.

Acontecesse que como a base para a construção dessas alianças não são sólidas, na verdade são frágeis, muito frágeis, basta qualquer tremor na relação, para os amores jurados em cima dos palanques durante a campanha, virarem ódio mortal e cada um procurar, mais uma vez, o que é melhor para si.

É exatamente isso que está acontecendo na relação entre o prefeito Luciano Cartaxo (PSD), que tem muita sorte e pouca sabedoria, pelo menos com relação ao traquejo político, e os partidos aliados, tal qual PMDB e PSDB.

Após os tucanos começarem a estimular uma candidatura do prefeito de Campina grande, Romero Rodrigues, o PMDB agora praticamente dá tchau a aliança. E nada mais, nada menos, que na voz mais importante da legenda na Paraíba, o senador José Maranhão, que já disse com todas as letras para quem quisesse ouvir, que PMDB terá candidato próprio em 2018, que nenhuma aliança está condenada a ser eterna e mais, abriu um diálogo profícuo com o governador Ricardo Coutinho (PSB), hoje principal adversário de Cartaxo.

Para os mais próximos,  Maranhão já sentenciou: vota em qualquer um para governador em 2018, menos em Luciano Cartaxo.

Enquanto isso, com exceção de um entrevero isolado entre a deputada Estela Bezerra e a vereadora Sandra Marrocos, o PSB parece ter aprendido a lição e segue unido, se fortalecendo e conseguindo manter a base aliada intacta na reta final do governo Ricardo II, com apoio integral de todos os partidos ao nome do secretário João Azevedo.

Colunista Marcos Wéric