Blogs

Anísio Maia diz que a operação Lava Jato se tornou um partido político

O deputado estadual Anísio Maia (PT) comentou nesta segunda-feira, 29, a decisão do juiz Sérgio Moro em absolver a esposa do ex-deputado Eduardo Cunha, a jornalista Cláudia Cruz: “Ficou provado que a Lava Jato usa de dois pesos e duas medidas e atua não pela lei, mas, pela conjuntura. Se tornou um partido político.”

O deputado estadual Anísio Maia (PT) comentou nesta segunda-feira, 29, a decisão do juiz Sérgio Moro em absolver a esposa do ex-deputado Eduardo Cunha, a jornalista Cláudia Cruz: “Ficou provado que a Lava Jato usa de dois pesos e duas medidas e atua não pela lei, mas, pela conjuntura. Se tornou um partido político.”

“Cabe perguntar: o juiz Moro absolveria dona Marisa Letícia se houvesse comprovação de que ela gastou milhões, fruto de roubo do dinheiro público? Passa a impressão de que a esposa de Eduardo Cunha foi absolvida para que ele continue calado”, afirmou Anísio Maia.

O Ministério Público havia pedido a condenação de Cláudia Cruz em regime fechado, a partir de comprovação de que a jornalista recebeu mais de US$ 1 milhão arrecadado em propina recebida por Eduardo Cunha. Em sua sentença, o juiz Sérgio Moro usou o mesmo argumento apresentado pela defesa, de que não seria possível provar que Cláudia Cruz soubesse dos atos de corrupção do marido.

Ainda de acordo com a acusação formulada pelo Ministério Público, o padrão de vida da jornalista era completamente incompatível com a renda da família, e o patrimônio acumulado pelo casal se deu de forma ilícita, não sendo possível a alegação de desconhecimento da origem dos recursos. O Ministério Público já anunciou que recorrerá da decisão do juiz Sérgio Moro.

“Entre 2008 e 2014, Cláudia Cruz, comprovadamente, gastou mais de 1 milhão de dólares de origem ilícita a partir de uma conta na Suíça. Esta absolvição fica ainda mais absurda se compararmos a postura de Sérgio Moro com a ex-primeira dama Marisa Letícia”, lembrou Anísio Maia.

Desde 2008, uma adaptação da lei brasileira a tratados internacionais determina que, com o falecimento do réu e a extinção da punibilidade, o mesmo deve ser declarado inocente para que se preserve o princípio da presunção de inocência. “Ainda morta, Marisa Letícia luta para ter sua absolvição reconhecida, mesmo que contra ela e contra o ex-presidente Lula não haja absolutamente nada comprovado”, acrescentou o parlamentar.

“O que ainda chama atenção é que contra Lula até um documento sem assinatura foi apresentado como prova. Porém, um cheque assinado pela esposa de Eduardo Cunha não prova nada. Toda valentia contra Lula e sua família, com vazamento de grampos ilegais e condução coercitiva fora da lei se transformou em mansidão para conservar o silêncio de Eduardo Cunha”, concluiu Anísio Maia.