Márcia Lucena e as incompreensões que as mudanças causam

A prefeita de Conde, Márcia Lucena (PSB), começou a campanha em 2016 desacreditada até por companheiros de partido. “Esmagada” entre um ex-prefeito que já havia gerido a cidade por três vezes e a atual prefeita que não tinha pudor algum para usar a máquina para enriquecer e para tentar se reeleger, a professora Márcia Lucena, precisou um plano de aulas bem elaborado para vencer a peleja. De porta em porta, de casa em casa, a notícia de que existia alguém bem intencionada e disposta a enfrentar as duas estruturas que mandavam no Conde na base do chicote, literalmente, e da corrupção, se espalhou pela cidade como fogo em mato seco. O resultado foi a eleição da professora Márcia Lucena com 49,1% dos votos, 12% a mais que o segundo colocado.

A vitória deu a Márcia uma responsabilidade muito grande. O povo de Conde, acostumado com a pistola, o chicote,  e os devaneios de um gestora incompetente, depositou suas esperanças  no pó de giz das mãos de uma educadora. E como educadora, Márica com certeza está acostumada a contrariar interesses em nome da Educação ou da reeducação, o que é pior nesse segundo caso.

Já eram esperados incompreensões, conflitos, reações e até rompimentos. Afinal de contas, romper com vícios enraizados há décadas nas terras férteis daquela cidade, não seria, não é e nem será fácil.

Um vez ouvir de um padre famoso, que algumas pessoas se diziam decepcionadas com ele por algum motivo e o religioso respondeu dizendo: “prefiro que você se decepcione comigo, ao se decepcionar com Aquele que me enviou”. Esse deve ser o pensamento de Márcia. Não se deixar esmorecer com aqueles que estão se decepcionando com ela. Quem não pode se decepcionar é quem a enviou, o povo de Conde.