Em 25 de outubro de 1975, há 43 anos, o jornalista Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da TV Cultura, foi brutalmente torturado e assassinado pela Ditadura Militar dentro do prédio do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna, o DOI-CODI, no bairro do Paraíso, em São Paulo.
Na reta final das eleições 2018, em que a Ditadura voltou a ser amplamente discutida, o Instituto Vladimir Herzog publicou um texto e um vídeo no Facebook para contar sobre a vida do jornalista e protestar contra o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). Nas imagens, seu filho, Ivo Herzog, faz um depoimento sobre o caso.
Vlado, como era conhecido, não participava da luta armada e era contra esse tipo de resistência. Seus crimes? Se filiar ao Partido Comunista Brasileiro e atuar em um jornalismo crítico.
No entanto, a versão apresentada pelos militares na época foi a de que ele havia se enforcado com um cinto. Uma foto de Herzog após o suposto suicídio chegou a ser divulgada. Mas, posteriormente, o autor da imagem, Silvaldo Leung Vieira, confessou que a cena foi mais uma mentira contada durante o regime militar.
O assassinato do jornalista teve uma grande repercussão por simbolizar a crueldade da Ditadura Militar, desencadeando em uma série de manifestações populares, principalmente de estudantes, o que não ocorria desde 1968. Além da oposição, o crime mobilizou setores conservadores. Assim teve início o movimento que culminaria na redemocratização do país.
“Hoje, 43 anos depois, a democracia brasileira está, novamente, sob uma grave ameaça. O candidato à presidência que lidera as pesquisas de intenção de voto [Jair Bolsonaro] é um contumaz apoiador da ditadura militar, idolatra torturadores responsáveis pela morte não apenas de Vlado, mas também de centenas de outros brasileiros, promete acabar com todo e qualquer ativismo e garante que vai varrer seus opositores do mapa”, diz o post do instituto nas redes sociais.
“Uma de suas frases [de Vladimir Herzog] mais famosas diz: ‘Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra os outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados’.”
“Que neste dia 25 de outubro e, principalmente, neste domingo de eleição, nós sejamos capazes de combater o projeto que se vangloria das atrocidades praticadas contra os outros e manifestar nosso desejo de vivermos em um país que preze pela liberdade, pela convivência plural e pelo respeito mútuo”, finaliza o texto.
Fonte: Blog do Marcos Wéric
Créditos: Marcos Wéric