sem acordo

Desconfiança múltipla é motivo da demora em anuncio de candidato da oposição

Tem coisas na política que é de difícil compreensão. Por exemplo: é consenso dentro e fora da oposição, dentro e fora do governo, de que se a oposição se mantivesse unida, complicaria e muita a vida do candidato do governo. É lógico. Todas as forças oposicionistas unidas teriam muito mais força para buscar tomar o governo do PSB, quem sabe ainda no primeiro turno. Mas isso já não irá acontecer, uma vez que o MDB é carta fora do baralho oposicionista, com a candidatura cada vez mais consolidada do senador José Maranhão e a indefinição que ainda cerca uma possível aliança entre PSD e PSDB.

O que pode pode explicar então o fato de a oposição já registrar uma defecção, a de Maranhão, e passar o carnaval de um ano eleitoral sem definição? Eu tenho uma tese: a deconfiança múltipla.

Ou seja, os membros da oposição não confiam um no outro. O nível de desonfiança é altissímo e isso gera a indefinição. Ninguém quer dar o primeiro passo para não ficar de costas para o outro por medo de ser surpreendido por uma punhalada pelas costas. Nesse cenário, fica um esperando pelo outro.

Então temos um cenário onde Maranhão não confia em Cartaxo e não confia em Cássio; Cássio não confia em Cartaxo e não confia em Maranhão; Cartaxo não confia em Maranhão e não confia em Cássio; Romero não confia em Cássio e não confia em Cartaxo …

Nessa cenário de desconfiança entre eles, a oposição acaba não passando confiança para a população que pode entender que trocar o atual grupo que comando o estado, por outro que não se entende nem entre si, não seja a melhor opção.

Fonte: Marcos Weric
Créditos: Marcos Weric