“Destruí meu casamento, vendi um terreno muito bom que eu tinha por um valor quase de graça, perdi meu emprego… tudo isso por conta das drogas. Nessa história, perdi mais de 12 anos da minha vida”, conta Welison Rocha, que, hoje, já está há 1 ano e 4 meses sem fazer uso nem de drogas nem tampouco do álcool. Isso, no entanto, só foi possível porque ele encontrou ajuda de uma ONG que se dedica a tirar as pessoas do mundo das drogas e fazê-las reconstruir sua vida: a Missão Braços Abertos.
A ONG atua na Paraíba desde 2012. Ligada à Igreja Batista, a ONG surgiu no Rio Grande do Norte, através de um projeto de entrega de alimentos para pessoas em situação de rua. “Um dia, nosso coordenador foi indagado por uma pessoa que estava na rua, dizendo que já era a oitava igreja que tava passando, mas que se eles olhassem do outro lado iam ver pessoas que estavam bebendo e usando a própria sopa que era entregue como tira gosto. Foi aí que veio a percepção, pra gente, que precisávamos fazer mais”, conta o pastor Júnior, um dos responsáveis pela implantação do projeto na Paraíba.
Ele mesmo, o próprio pastor Júnior, também já foi dependente químico, mas há 14 anos está ‘limpo’. “Tudo que eu passei na minha vida era uma missão pra justamente poder depois vivenciar esse trabalho”, conta.
E o trabalho, de fato, faz grandes mudanças nas vidas das pessoas. Prova disso é o caso de Welison Rocha. Sua dependência foi surgindo aos poucos: primeiro o álcool, depois o cigarro, eventualmente a maconha, e, enfim, o crack. “Acabei com tudo que eu tinha. Destruí minha vida. Mas graças a Deus veio a ajuda por meio da Missão”, conta ele que, hoje, já casou novamente, está procurando um novo emprego e restabeleceu os laços com sua família. “Minha mãe nunca desistiu de mim, mas dei muito desgosto a ela quando tava nesse mundo. Agora ela é muito grata a ONG. Salvou não só a minha vida, mas fez diferença na de toda minha família”, conta.
Como funciona
A ONG não atua através de medicação, mas, sim, da desintoxicação. São três fases do tratamento, que dura cerca de 12 a 14 meses. a primeira fase é feita na zona rural de Santa Rita, numa área de 14 hectares, que tem capacidade de receber até 45 pessoas – tanto da Paraíba como do Rio Grande do Norte. “Lá são feitas atividades de laboterapia. Criação de animais, com horta, e toda a execução da casa, inclusive a parte administrativa é feita por voluntários. Alguns nem são evangélicos. Mas é um serviço 100% filantrópico”, explica o pastor Júnior.
A segunda fase é a da ressocialização, que é feita já em João Pessoa, em uma área no bairro do Miramar, onde existem 18 leitos. “Os alunos que cumpriram esse primeiro tempo vão para a segunda fase, em que nós temos a intenção de realizar a reinserção social. A gente verifica a questão de documentação, algum tratamento de saúde, odontológico, volta aos estudos, capacitação de mão de obra, e volta ao convívio familiar”, descreve.
Fonte: Blog do Marcos Weric
Créditos: Marcos Weric