Anderson Costa

Saindo do “cercadinho”! A imprensa deve mesmo abandonar Bolsonaro? - Por Francisco Airton

Relação Tumultuada

Saindo do “cercadinho”! A imprensa deve mesmo abandonar Bolsonaro? - Por Francisco Airton

E já não era sem tempo. O jornal Folha de S. Paulo e o Grupo Globo anunciaram na última segunda-feira (25) a suspensão da cobertura jornalística do Palácio da Alvorada, por absoluta falta de segurança para seus profissionais. Confesso que me incomodava - e ainda incomoda - a passividade dos profissionais de imprensa que, de cabeças sempre abaixadas, aceitavam e outros, na verdade, ainda aceitam, as humilhações a que são submetidos todos os dias pelo Presidente da República e o seu rebanho no “cercadinho” que ele, Bolsonaro, instalou na saída do palácio! É bem verdade que o profissional de imprensa, antes de tudo, é um trabalhador como outro qualquer, que tem deveres, obrigações e por conta disso se vê obrigado a comparecer ao curral que foi montado ali, forçados pelos donos das empresas de notícias, que diretamente são beneficiados pelo poder público. No entanto há de se perguntar: E a dignidade desses profissionais? É que muitos acabam deixando toda a dignidade atrás da porta antes mesmo de saírem para o trabalho! “Nunca antes na história desse país”, a imprensa foi tão desqualificada, tão maltratada por um governante. A mesma imprensa, antes chamada por muitos de o “quarto poder”, prestar-se a um papel desses! Muitos jornalistas pelo país chegaram a sofrer agressões que ultrapassaram as vias do verbo! Alguns foram agredidos fisicamente sem que qualquer medida fosse adotada pela autoridade maior ou por quem quer que seja (reclamei isso, inclusive, em artigo anterior)! É a imprensa brasileira – definitivamente – posta de joelhos por pessoas ignorantes, raivosas e completamente entorpecidas por um ódio que vem sendo emanado, didaticamente, desde muito antes mesmo de o governo que aí está, assumisse o posto. Uma prática – diga-se de passagem – que também foi alimentada e conservada pela própria mídia de direita que sempre quis ver pelas costas a esquerda, mesmo diante dos muitos acertos praticados por todo o período em que esta governou o país! Que ódio gratuito é esse? Incomoda tanto assim se fazer o correto? Pois muito bem. E foi exatamente todo esse ódio conservador que acabou nos levando a esse estado de coisa! A cega estupidez que acaba não permitindo que essa mesma mídia corporativa possa aceitar que fez uma grande m ... ao ajudar no golpe que acabou por eleger criaturas tenebrosas que estavam já a tanto tempo à espreita, escondidas nas sombras, só esperando o momento certo para poder agir! O didatismo foi tão perfeito que, mesmo diante de tantos desmandos, do destrato para com o povo e a desconstrução gradativa do país na derrubada da democracia, os responsáveis pela doutrinação do ódio continuaram a jornada rumo a derrocada da nação! Não basta apenas ter um governante insano, despreparado e genocida para que as pessoas dominadas saiam do transe a que foram submetidas e reajam no sentido de dar um basta no caos que se instaurou no Brasil. Apesar de tudo, vale ressaltar que ainda há a chamada luz no fim do túnel. Algumas pessoas que participaram ativamente desse projeto danoso de desconstrução, começam aos poucos a acordar e sentir que deram um tiro no pé ao elegerem o Capitão e que, por conta das suas participações no projeto de transformação, são motivo de chacota, dentro e fora do país e (aqueles que são artistas) passaram a ser odiados por metade dos fãs – pois eram admirados tanto por esquerda quanto direita - e que agora começam, também, a perder a admiração de outra parcela (formada por aqueles que inicialmente concordaram com a proeza e agora se descobrem ludibriados)! Pouco a pouco as pessoas começam a acordar do sono do engodo e isso, de certa forma, assusta um governo totalmente construído nas fake News e nas promessas de transformação. Ele fica cada dia mais feroz e insensível e arquiteta novas estratégias para se manter no comando ameaçando pessoas e assustadoramente ameaçando as instituições! Não, não foi um bom negócio para o país ter colocado no poder alguém movido a ódio e sem qualquer traço de polidez no trato com os que lhe parecem ameaçar o poder! Alguém desbocado (como se viu na grande reunião de ministros – todos do mesmo quilate – onde se discutiu de tudo, estratégias maquiavélicas e hemorroidas e menos soluções para o povo). Estão destruindo deliberadamente um Brasil que, mesmo por um curto período, foi tratado de igual para igual, admirado e respeitado lá fora por governantes e grandes nações! E os berros para com jornalistas ecoam pelo mundo: “Cala essa boca”! “Aqui quem manda sou eu”! “Próxima pergunta”! Jornalistas amordaçados e humilhados por uma horda vociferante e ameaçadora diante dos olhos de um mundo atônito! É a dignidade de profissionais jogada no chão do “cercadinho” e pisoteada pela manada enfurecida, que segue apenas o som do chicote do Capitão! Que imprensa é essa? Rendida e subalterna? Não dá para acreditar que homens e mulheres, profissionais que elegem e derrubam governantes, tenham agora que se submeterem ao julgo desse governo que ela mesma ajudou a eleger (falo com ressalvas pois, apesar de tudo o que já foi dito aqui, ainda existem profissionais comprometidos com a verdade dos fatos)! Foram necessários meses de descaso e humilhações sofridas por muitos dos seus profissionais para que algumas grandes empresas, antes, responsáveis por essa situação, resolvessem tomar uma atitude. Cinegrafistas estão sendo, a todo momento, agredidos em pleno exercício das suas funções, tudo em nome de um patriotismo desmedido e destorcido e, sem propósito. A prova é tanta que, a manada colérica, agride o profissional de determinada emissora sempre que a notícia não estiver do seu agrado! Antes das agressões, o próprio Bolsonaro criticou a imprensa. "No dia que vocês tiverem compromisso com a verdade, eu falo com vocês de novo". Numa prática que tem sido recorrente diariamente na porta da residência oficial. E no momento em que parece ter acendido a lanterna da “vergonha na cara” eis que surgem os primeiros veículos da mídia corporativa a boicotar a cobertura na porta do Palácio da Alvorada. A gota d’água veio após novo episódio de agressões a jornalistas na última segunda-feira, 25. Após uma série de hostilidades a jornalistas incentivadas pelo próprio Bolsonaro, Folha de São Paulo e Globo suspendem cobertura no Alvorada. "O jornal pretende retomar a cobertura no local somente depois das garantias de segurança aos profissionais por parte do Palácio do Planalto", diz o jornal. Já o Grupo Globo anunciou que os jornalistas encontrarão maneiras seguras de apurar e relatar o que se passa ali, sem prejuízo do público. E já não era sem tempo! Ao perceber que alguns jornalistas não estavam cobrindo suas declarações, Bolsonaro reclamou: "estão se vitimizando. Quando levei a facada não falaram nada. Não vi a Folha falando "quem matou Bolsonaro?", continuou. Após esse posicionamento das empresas jornalísticas, as opiniões no meio, surgiram favoráveis e contrárias. A atitude foi correta? Claro que foi a mais acertada! A ação nos fortalece enquanto profissionais e se isso ainda não é o suficiente para que nos seja devolvida a nossa importância devida como profissionais, ela vem claramente demonstrar que os governantes passam e são esquecidos (ou não), enquanto que o jornalista será sempre “o jornalista”. Ninguém vai lhe tirar o talento! Afinal, quem precisa do jornalista é o Bolsonaro! E ele começa a descobrir isso! Por tanto, chega de descaso e desfeitas, o jornalista não precisa ser submetido ao julgo de qualquer governo, ao ponto de ser destratado por ele – quando deveria ser o contrário! Ao jornalista não lhe cabe ser esnobe e nem tampouco sentir-se a estrela mais brilhante da constelação. O que exigimos na verdade é mais respeito e a proteção legal por parte dos nossos representantes enquanto categoria e enquanto governantes. Que a lei se faça valer para que sejam resguardados os direitos do profissional e do cidadão. Que ele possa entender, de uma vez por todas, a sua importância em qualquer sociedade enquanto formador de opinião e principal instrumento de transformação.

Alexandre de Moraes determina que deputados alvo de operação contra fake news sejam ouvidos em até 10 dias

Investigação

Alexandre de Moraes determina que deputados alvo de operação contra fake news sejam ouvidos em até 10 dias

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, determinou que os deputados que são investigados no inquérito que apura fake news e ameaças a integrantes da corte sejam ouvidos pela Polícia Federal em até dez dias. Segundo a CNN apurou, o ministro determinou que os conteúdos de postagens feitas por eles sejam 100% preservados para análise, mas não ordenou busca e apreensão.

Deputado acusa Bolsonaro de ter usado Moro e não ter aplicado práticas de combate à corrupção - OUÇA

'tudo que eu dizia'

Deputado acusa Bolsonaro de ter usado Moro e não ter aplicado práticas de combate à corrupção - OUÇA

O deputado Delegado Waldir, que liderou a bancada do PSL na Câmara quando Jair Bolsonaro era do partido, disse a O Antagonista que “a pauta da Lava Jato”, de combate à corrupção, é “inexistente” no atual governo, “em razão das tretas dos filhos do presidente”. Waldir afirmou que as declarações de Sergio Moro ao Fantástico confirmam o que ele vem dizendo desde que rompeu com Bolsonaro. “O governo usou o Moro. E ele [Moro] tem consciência disso agora. Mas parece que não tinha percebido quando aceitou o cargo, né?” Em áudio enviado ao site, o deputado acrescentou: “A pauta da Lava Jato, de combate à corrupção, no atual governo, foi inexistente, em razão das tretas dos filhos do presidente. O presidente vem do Centrão, a origem dele foi o Centrão, a origem partidária dele.” Waldir disse que o governo negociou a liberação de emendas — mesmo impositivas — para aprovar a reforma da Previdência, mas “não fez qualquer esforço” na tramitação do pacote anticrime. “E trabalhou para impedir a prisão em segunda instância. O presidente da República afastou-se completamente de todas as pautas de combate à corrupção. Ajudou a colocar o Lula em liberdade, porque, com isso, acabava com o discurso da oposição.” Escute o áudio clicando abaixo:

Genro deputado de Silvio Santos nega que governo interfira em programação do SBT

Versão Oficial

Genro deputado de Silvio Santos nega que governo interfira em programação do SBT

Na manhã do último domingo, o deputado Fábio Faria (PSD-RN), casado com Patrícia Abravanel, negou em sua conta no Twitter que tenha ocorrido alguma interferência do governo federal na programação do SBT. Faria estava desmentindo uma informação que circulada nas redes que dizia que uma interferência de Brasília seria o motivo da não exibição do SBT Brasil, que, no sábado, deixou de ir ao ar pela primeira vez desde sua estreia em 2005. O motivo teria sido evitar que o telejornal mostrasse o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, que foi divulgado na última sexta-feira (22).

O ministro da Educacao, Abraham Weintraub, durante  apresentacao do "Compromisso Nacional pela Educacao Basica". (O ministro da Educacao, Abraham Weintraub, durante  apresentacao do "Compromisso Nacional pela Educacao Basica"., ASCII, 12

Resultados

Pressão pela saída de Weintraub do MEC cresce em Brasília após vídeo criticando ministros do STF

Um dos principais personagens da reunião ministerial de 22 de abril, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, gerou outra dor de cabeça para o governo federal em meio a um clima político que já anda bastante conturbado por conta da pandemia do novo coronavírus e do inquérito no Supremo Tribunal Federal contra o presidente Jair Bolsonaro sobre suposta interferência na Polícia Federal.

Haddad afirma que parte dos brasileiros apoia o autoritarismo e que Bolsonaro cultiva ditadura - VEJA VÍDEO

Leitura da sociedade

Haddad afirma que parte dos brasileiros apoia o autoritarismo e que Bolsonaro cultiva ditadura - VEJA VÍDEO

“Eu tenho a convicção de que ele [Bolsonaro] vai exercer o poder absoluto, se puder. Ele não é 1 democrata”, afirma. Em diversas ocasiões Jair Bolsonaro já demonstrou seu apreço pelo regime militar instaurado com o golpe de 1964 e que durou até 1985. “Ele cultiva a ditadura”, afirma Haddad. O presidente da República tem participado de atos com viés autoritário em Brasília. Ele nega, porém, que queira fechar Congresso ou STF (Supremo Tribunal Federal), alvos contumazes das manifestações.