DOM ALDO FOI ARBITRÁRIO E INTEMPESTIVO AO AFASTAR O PADRE BOSCO DIZ NOTA DOS CONSELHO DOS DIREITOS HUMANOS

Padre-Bosco--
NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE O “AFASTAMENTO” DE PADRE BOSCO E GUIANY
Padre Bosco, atual Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, e Guiany Campos Coutinho, Conselheira do CEDH, representantes indicados ao Conselho pela Coordenação Estadual da Pastoral Carcerária, têm realizado, ao longo de mais de quinze anos, um trabalho inestimável em defesa dos Direitos Humanos dos apenados e vítimas da violência do Estado da Paraíba.
Este trabalho recebeu reconhecimento nacional e internacional, elevando a Pastoral Carcerária da Paraíba a uma posição única no contexto brasileiro, participando seus representantes não só no Conselho Estadual de Direitos Humanos como também do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Estado da Paraíba.
Desde a restauração do Conselho Estadual, em 2006, Padre Bosco e Guiany juntamente com os demais conselheiros, realizaram visitas frequentes a presídios e outros lugares de detenção, ocasião em que o CEDH, à parte da própria pastoral, durante muito tempo foi a única organização de controle social a realizar efetivamente visitas de monitoramento não anunciadas nos espaços de privação da liberdade no Estado. Estas visitas enfrentaram não poucos obstáculos, a exemplo da prisão dos membros do Conselho, em agosto de 2012, quando inspecionavam um ambiente de “castigo” no presídio PB-1. Destas visitas foram produzidos relatórios que, divulgados na internet, onde ainda hoje estão disponíveis, obtiveram ampla repercussão na imprensa local, nacional e internacional.
Em uma atitude arbitrária e inexplicável sob critérios pastorais, Padre Bosco e Guiany foram afastados da Pastoral Carcerária da Arquidiocese pelo Arcebispo da Paraíba, que em seu lugar indicou dois outros membros, um dos quais havia sido, dias antes, desligado pelo conselho pastoral em razão de sua conduta incompatível com a missão da pastoral.
O Conselho Estadual dos Direitos Humanos, pela presente nota, vem manifestar seu apoio e solidariedade aos seus conselheiros Padre Bosco e Guiany, diante desta atitude intempestiva e injustificável, e esclarecer que, indicados ambos pela Coordenação Estadual da Pastoral Carcerária, continuarão a desempenhar seu trabalho, quer pela entidade que representam, quer pelo próprio CEDH.
Assim, o CEDH vem lamentar a postura do Arcebispo, que, somando-se a outros equívocos, vem apenas em detrimento do trabalho pastoral e da credibilidade da própria Arquidiocese.
Por derradeiro, o CEDH vem manifestar sua irrestrita confiança de que este erro será corrigido pelas instâncias internas da própria Igreja Católica, preservando a total sintonia entre o trabalho realizado por Padre Bosco e Guiany com a igreja missionária e solidária preconizada pelo Papa Francisco.
Conselho Estadual dos Direitos Humanos da Paraíba (CEDH) e do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura da Paraíba (CEPCT).