Cássio e sua popularidade

Sérgio Botêlho

Cássio
Já no final do dia de ontem, segunda-feira, 24, encontrei, no Salão Azul do Senado, com prefeitos paraibanos e, naturalmente, o papo rolou sobre sucessão no estado. Houve, da parte deles, uma análise recorrente: o senador Cássio é dono de uma popularidade impressionante, neste momento, na Paraíba.
E a explicação vem logo: o desgaste do governador Ricardo seria muito grande, e Cássio passa a ser visto como uma espécie de Salvador da Pátria, com sua espada vingadora pronta para varrer o atual governador do Palácio da Redenção.
As avaliações naturalmente batem com uma série de outras avaliações no mesmo sentido feitas por agentes políticos paraibanos sempre que os encontro nos corredores do Congresso.
Em outros comentários postados neste botelhonoticias.blogspot.com.br, já manifestei minha concordância com esse tipo de análise, por tudo quanto ouço. Cássio parte para a disputa eleitoral com um capital de votos de grandeza inquestionável.
O desafio dele é a formação do palanque eletrônico. Neste exato momento o tucano encontra dificuldade, apesar de tudo isso, de montar um palanque partidário capaz de lhe fornecer tempo de TV e rádio no mesmo patamar do que pode ser contabilizado, também neste preciso instante, por Ricardo e pelo ex-prefeito Veneziano.
Isso não tira do ex-governador paraibano a possibilidade de ir ao segundo turno, e, mesmo, de vencer o pleito. Apenas lhe subtrai a vantagem que a sua popularidade lhe concede, igualando a disputa no rumo da campanha.
Política, no entanto, é um caleidoscópio e muda a cada balançada da conjuntura. Se o candidato presidencial de Cássio, o senador Aécio Neves, por exemplo, subir alguma coisa nas pesquisas, o palanque do senador tucano da Paraíba tende a ser mais atrativo, e, naturalmente, crescer.

Portanto, é bom esperar pelos vindos de junho, mês das convenções. No momento, Cássio se defende com sua popularidade, Ricardo, com os atrativos do poder, e Veneziano com as possibilidades da base de Dilma na Paraíba. Mesmo assim, com uma final em outubro longe de ser devidamente prevista, à visão de hoje.