Blocão da oposição

Lena Guimarães 

A semana vai começar com os holofotes voltados para o PT e o PMDB, que iniciam conversas para definição de aliança para as eleições deste ano na Paraíba, na qual esperam assegurar ainda as participações do PP, PSC, PR, PTB, PC do B, PTC e PSDC.

Se garantirem esses partidos, terão folgadamente o maior tempo de propaganda no rádio e na TV (algo em torno de 54,74% do guia), o que é um diferencial poderoso, pois é o meio pelo qual realmente se chega ao eleitor. Carreatas e outras atividades que já foram fortes instrumentos em campanhas, atualmente atraem mais militantes dos que simples eleitores.

Quanto mais tempo um candidato assegura, menos sobra para os adversários usarem para divulgar suas propostas ou descontruir as dos concorrentes. Por isso o guia eleitoral é a primeira preocupação dos partidos com candidatos a governador.

A conversa entre PT e PMDB não será fácil, apesar da recomendação da direção nacional, que optou por “não brigar”com os aliados em Estados onde os nomes petistas postos para a disputa não apresentam condições de competitividade. Tem grupos do PT, como as do deputado Frei Anastácio, do vereador Fuba e de Giucélia Figueiredo, que apoiam  abertamente Veneziano Vital do Rêgo. Mas tem os que estão de olhos fixos em 2016 (reeleição de Cartaxo) e 2018 (quando ele estaria habilitado a disputar o governo), e não querem comprometer esse projeto elegendo alguém que poderá tentar a reeleição.

Garantir os demais partidos exigirá uma engenharia política especial. Nenhum sinaliza mudar do campo de oposição, mas alguns resistem a esse blocão, seja por conflito de interesses ou por questões pessoais. Por exemplo: o PP não esconde que ainda não engoliu as ações do PMDB que levaram Daniella Ribeiro a perder o apoio oficial do PT à sua candidatura nas eleições de 2012 em Campina Grande.

Os presidentes do PR, Welligton Roberto, e do PTB, Wilson Santiago exigem a candidatura ao Senado, que o PMDB só pretende discutir depois de garantir o PT, que pelos motivos óbvios teria o privilégio de escolher entre indicar o vice ou o senador. Mas, pode optar por obedecer a nacional, aprovar a aliança mas disputar apenas cargos proporcionais.

Como o encontro do PT que decidirá sobre as eleições será dia 12 de abril, os dirigentes terão três semanas para negociar os termos da aliança.

 

 

 

TORPEDO

Desde a década de 1930 não se pensa uma política grande. São os mesmos, as mesmas ambições e a velha prática de empurrar seus herdeiros, como se fora o Estado um feudo. (…) O desafio é pensar uma política livre das amarras dos velhos grupos.

 

Da presidente estadual do PMN, Lídia Moura, que admite aceitar a sugestão do partido e apresenta-se como alternativa para o Governo.

 

 

 

Couto e JM

O deputado Luiz Couto contou, na RCTV, o motivo de não simpatizar com o PMDB: sustenta que em 2010, quando José Maranhão era o govenador, fez de tudo a favor dos seus adversários e para derrotá-lo na disputa interna do PT.

 

Couto e Charliton

Ele não culpa ninguém pelo resultado de 2013, quando perdeu outra vez. O eleito foi Charliton Machado. Diz que não foi derrotado porque mudou para um agrupamento minoritário para defender suas ideias “com convicção e coerência”.