Eleição nacional: Prioridade de PT e PSDB

Sérgio Botêlho

Para quem não compreendeu bem, ainda, é preciso estar sempre repetindo para que o óbvio seja entendido realmente como tal: PT e PSDB têm neste ano de 2014 interesse total nas eleições nacionais, e, por isso, vão submeter as cobiças regionais a esse propósito bem determinado.
Nesta quinta-feira, 20, por exemplo, está prevista a edição de um documento pela cúpula petista em que essa submissão regional aos desígnios nacionais da legenda estará bem claramente definida. Isso implica que naqueles seis estados negociados com o PMDB, o PT vai mesmo ter de apoiar o partido do vice de Dilma.
Sobre a eficácia da empreitada, é bom lembrar que a estrutura partidária brasileira é absolutamente verticalizada.
As instâncias regionais têm poder de mando sobre as instâncias municipais, e, tanto umas quanto outras, estão subordinadas ao que for decidido pela nacional. A Justiça Eleitoral nem chega a se intrometer.
É certo que haverá algum choro e algum ranger de dentes em certas regionais contrariadas em seus interesses locais. Entre esses localizados interesses situam-se, por exemplo, os das eleições proporcionais e formação de alianças que favoreçam essa ou aquela legenda nas disputas por vagas nas Assembleias Legislativas e na Câmara dos Deputados, especialmente.
Aí, as direções das siglas nos estados vão ter de buscar caminhos, dentro das coligações majoritárias, que melhor favoreçam as eleições de seus parlamentares. A legislação, nesse caso, permite que, dentro da mesma coligação majoritária, sejam estabelecidas coligações proporcionais não necessariamente verticalizadas.
Suponhamos na Paraíba uma coligação majoritária esdrúxula do tipo PMDB, PT, PSB e PSDB. Mesmo tendo uma única chapa majoritária, PT e PSB poderiam estabelecer uma coligação proporcional, e PMDB e PSDB, outra. Ou mesmo sair cada um para o seu lado. Ou saírem todos juntos. Enfim…
Seja lá como for, não é essa a questão que vai definir as coligações estaduais, no que diz respeito ao pleito majoritário. No caso de PT e PSDB, sem qualquer sombra de dúvida, serão as campanhas de Dilma e de Aécio, respectivamente, o denominador comum para as alianças regionais.