Dois terços?

LENA GUIMARÃES

Considerando o placar das votações de vetos do Executivo a projetos de lei de deputados da oposição, ontem, a bancada oposicionista já tem 24 deputados, ou dois terços da Assembléia. Além dos tradicionais oposicionistas – PMDB, PT, PSC, PP, PR, PTN e parte do PEN – os aliados do senador Cássio Cunha Lima abandonaram a bancada governista.

A alteração de forças ocorre na véspera de uma votação que pode complicar a vida do governador Ricardo Coutinho: a análise de contas do seu primeiro ano de governo, que rejeitadas causarão danos políticos e demandarão batalha jurídica com potencial para perturbar os planos para sua reeleição.

O líder do governo, Hervázio Bezerra vem insistindo que a análise das contas foram adiadas para esperar esse momento causado pela sucessão estadual. Diz ter informações privilegiadas de que a oposição vai impor uma derrota ao governador Ricardo Coutinho, ignorando a aprovação pelo TCE.

A julgar pelas declarações do líder da oposição, deputado Anísio Maia (PT), a decisão do TCE, que aprovou as contas do Governador com ressalvas, realmente não vai pesar. Ele considera que o tribunal é político e deixou claro que valoriza muito mais o trabalho dos auditores, que por serem concursados fariam análises independentes. E como o parecer dos tecnicos foi pela rejeição, o petista antecipa fundamento da futura posição.

Tem mais: para Anísio, o Legislativo tem o direito constitucional de apreciar as contas do governador, independente da opinião do TCE.  “Se não quiserem que os deputados votem, terão que mudar a Constituição, porque essa é prerrogativa da Assembléia e vamos exercê-la”, avisou.

O relator das contas é o deputado Frei Anastácio (PT), que já concluiu seu parecer,  mas avisa que só falará sobre seu teor quando o presidente da Comissão de Orçamento, Raniery Paulino (PMDB) definir quando entrará em pauta. A aposta do deputado Caio Roberto (PR) é de que será pela reprovação.

A oposição diz que as contas podem ser aprovadas ou rejeitadas por maioria simples – metade mais um dos deputados presentes à sessão. Mas, quórum, agora,  é preocupação de Ricardo Coutinho.

TORPEDO

Acredito que este movimento, o de construir um palanque forte para a preidenta Dilma na Paraíba se concretiza com a aliança com o PMDB na candidatura de Veneziano Vital do Rêgo já no 1° turno. (…) O que a vida quer da gente é coragem. Não é hora de retroceder.

Do vereador Flávio Eduardo Fuba (PT), ao defender que seu partido retire a candidatura de Nadja Palitot e faça aliança com o PMDB.

Chances ampliadas

Fuba fez a defesa da aliança PT-PMDB na tribuna da Câmara, seguindo os mesmos argumentos dos grupos do deputado Frei Anastácio e de Giucélia Figueiredo: de que juntos têm “amplas condições” de eleger governador e o senador.

Definição

A pré-candidata Nadja Palitot considerou positivo o adiamento, para 12 de abril, da reunião que definirá o posicionamento do PT. “Precisamos saber qual postura o PMDB irá adotar nacionalmente, se fica ao lado do PT ou não”, comentou.