Dois meses após trazer o PSDB para sua base, o governador Eduardo Campos (PSB) criticou ontem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ao acusar o tucano de deixar de promover mudanças no País para priorizar a eleição. Pré-candidato a presidente pela oposição, o socialista cultiva uma “aliança branca” com o também presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG).
Ao comentar investimentos em educação, o governador disse que “torce” para que sejam tomadas as providências necessárias para melhorar o País, independente da disputa de outubro. “Eu, como brasileiro, cidadão, torço para que não fique jogando os problemas para depois da eleição. O Brasil já viveu este tipo de situação, quando o Cruzado foi mantido artificialmente para estourar depois da eleição de 1986. Eu vi o câmbio fixo ser mantido até depois da eleição, em 1998 (marcada pela reeleição de FHC), e na sequência da eleição, uma semana depois, o Brasil viveu outra realidade econômica”, reclamou Eduardo Campos.
Ele também criticou a presidente Dilma Rousseff (PT) ao avaliar que ela teve chance de promover mudanças no País, mas não fez. “O Brasil derrubou uma parte do muro entre o Brasil real e a velha política em junho, quando a população foi às ruas, e vai derrubar o restante deste muro em outubro, nas urnas, e vai construir um novo momento onde os que fizeram serão reconhecidos. Agora, aqueles ou aquelas que tiveram a chance de fazer e não fizeram… me perdoem, a gente tem que ir para frente”, disparou.
As críticas de Eduardo Campos foram reforçadas pelo ex-ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB), que reclamou da concentração de recursos no governo federal, enquanto Estados e municípios penam, segundo ele, para pagar contas básicas, como de custeio. Mantendo a estratégia adotada desde o lançamento da chapa majoritária governista, o candidato a governador Paulo Câmara (PSB) adotou um discurso mais brando, de defesa do legado deixado pelo PSB ao longo dos quase oito anos de gestão, dos quais ele participou. com Jornal do Comércio