Calçadão da Cardoso Vieira, batizado como a ‘central de boatos’ de cidade. Lá se fala de tudo: futebol, política, economia, música e, principalmente, da vida alheia. Qualquer pessoa que não seja da cidade e queira tomar conhecimento do que está acontecendo, basta passar uma manhã ou uma tarde pelos bancos do Calçadão.
O Calçadão da Cardoso Vieira é o principal ponto de encontro dos artistas de Campina Grande e, graças à sua importância política e econômica, é uma das áreas mais valorizadas, comercialmente falando. Todo comerciante da cidade gostaria de ter um ponto por lá. Os que têm, pagam aluguéis caríssimos, uma vez que os donos do prédios se negam a vendê-los.
É o único lugar da cidade que não para. Até mesmo nos finais de semana e nos feriados tem sempre um grupo ou mais por lá, para fazer a Central de Boatos funcionar. Se morre uma pessoa influente na cidade, o primeiro lugar onde a notícia chega é no Calçadão. Quando os times de Campina ganham ou perdem, é para lá que suas torcidas vão, para comemorar e zombar da torcida adversária.
Político em campanha tem que passar pelo Calçadão ou então não é político bom. José Serra, quando estava em campanha pela presidência, tomou cafezinho no Calçadão. Heloísa Helena fez arrastão com aliados no local. Aliás, em todo período de campanha eleitoral a movimentação no Calçadão triplica.
O Calçadão da Cardoso Vieira é para Campina Grande o que a praça da igreja é para as cidades do interior. Com a diferença que nas praças o movimento maior é de jovens após as missas e que nesses locais geralmente a paquera é a principal causa das reuniões noturnas. No Calçadão de Campina tem sempre um bêbado perturbando os traseuntes; um mendigo pedindo esmolas; um artista mambembe fazendo apresentações; um comerciante de bugigangas fazendo demonstração de seus produtos. Na última sexta-feira (1), encerrando o “giro” do PolêmicaPB pelo Estado da Paraíba, o programa foi apresentado diretamente do Calçadão da Cardoso Vieira.