Ministérios do Turismo e da Agricultura já têm nomes: fim da crise?

 Sérgio Botêlho

A presidente Dilma resolveu acabar com a novela da reforma ministerial no que tange aos cargos do PMDB no seu ministério. Não há o senador Vital do Rego entre os nomes, mas, Agricultura e Turismo serão ocupados por figuras palatáveis ao partido.
Os dois novos ministros são agradáveis ao paladar do PMDB da Câmara dos Deputados, e, para ser mais exato, ainda, ao presidente, o peemedebista norte-rio-grandense Henrique Eduardo Alves, e ao líder do partido na Casa, o carioca Eduardo Cunha, comandante-chefe da rebelião do partido contra o Planalto, em curso na Câmara.
Sobre Vital, na última terça-feira, com a nota emitida pelo presidente nacional do partido, senador Waldir Raupp, elogiando o espírito partidário do paraibano, realmente ficou claro que ele (Vital) estava mesmo se afastando do rol das indicações.
E, ao fazer isto, não só revelou completo entendimento das dificuldades em ocupar um cargo que pertencia aos inconformados deputados peemedebistas, como, efetivamente, limpou a área para que a solução aos dois ministérios fosse encontrada.
Para a Agricultura foi indicado Neri Geller, nome que agrada tanto ao ministro que deixa o cargo, o deputado federal Antônio Andrade, do PMDB mineiro, quanto Henrique Alves, Eduardo Cunha e a bancada federal do partido, além de ser ligado ao agronegócio.
Ontem mesmo Geller se reuniu com os dois, Henrique e Eduardo, na Câmara. E embora não tenham falado, ainda, em linguagem mais clara sobre novos entendimentos com o Planalto, ambos, Henrique e Eduardo, elogiaram a escolha.
O Turismo será gerenciado pelo ex-prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo, que substitui o outro peemedebista atualmente no cargo, o maranhense Gastão Vieira. É um peemedebista mineiro, daqueles históricos, e deve ser paulatinamente aceito pelos deputados.
Assim, a reforma ministerial segue avançando. E, também, na seara de outros partidos. O PP vai mesmo manter o Ministério das Cidades e o PRB de Crivella, a Pesca. O PT permanece com os seus ministérios. O que falta, ainda, é a Integração, o último conflito a ser resolvido nessa novela que parecia não ter fim.
E, pelo que tudo indica, será um final que pode mesmo agradar aos deputados peemedebistas na Câmara, a começar pelo seu líder, Eduardo Cunha, que nesta quarta-feira, 12, patrocinaram uma enxurrada de convocações de ministros, bem ao agrado do PSDB, do DEM e outros partidos de esquerda atualmente em oposição ao governo Dilma.