Nilvan Ferreira
É o sentimento da esmagadora maioria da população da Paraíba. Os seis primeiros meses da gestão do atual Governador, Ricardo Coutinho, se transformaram em 180 dias intermináveis. Quase não passaram. É igual e um dia de fome. Demora que só a “peste” pra terminar. E essa é a impressão que temos do primeiro semestre de 2011, já considerado como extremamente perdido, diante do que fez o atual governo, reprimindo a economia do nosso estado, levando a cabo uma política de arrocho, de sofrimento, de perseguições e humilhações.
Ricardo e sua equipe juram que recuperarão a simpatia da população. Afirmam que têm muito dinheiro em caixa, economizado, e que agora é hora de abrir o cofre e começar a presentear a população com obras marcantes e estruturantes. Não sei se o drama de muitos que foram vítimas da tirania do atual governador irá ser esquecido ou deixado de lado, mas, muitos acreditam que o momento de impopularidade de Ricardo será apenas um detalhe e daqui a pouco os paraibanos estarão lhe agradecendo pelo estilo que implantou a frente da máquina administrativa.
O atual governo, pelo menos nos seis primeiros meses, não pode se dá ao prazer de nada comemorar. Este governo e seu comandante só cometeram maldades, perversidade, contra, principalmente, os pequenos, mais fracos e indefesos. Foi um verdadeiro e inesquecível pacote de atrocidades.
Servidores públicos foram demitidos sumariamente. Colocados no olho da rua. Jogados na lama da falta de perspectiva. Outros receberam de presente o extermínio de suas gratificações por meio da caneta do governo. A polícia foi humilhada, rechaçada. O estado negou aos PM’s o desejo de melhores salários e muitos que foram à luta em defesa da PEC 300 ainda podem ser presos, pois respondem processos na Justiça Militar.
Ricardo Coutinho e o seu governo de puro pesadelo não deixaram por menos e também decidiram que os professores não podem receber o piso nacional do magistério. Decidiu, ele, Ricardo, por conta própria implantar uma gratificação, mas que não vale como salário. Portanto, pode ser excluída a qualquer momento de acordo com o estado de espírito do chefe do Palácio da Redenção.
E a relação é muito extensa. Foram os seis meses mais desastrosos de toda a história da Paraíba. Vidas foram ceifadas devido ao caos agravado na área da saúde, programas foram suspensos, a exemplo do Bolsa Atleta. Secretários não suportaram a pressão da opinião pública e pediram demissão, muitos simulando, inclusive, problemas de saúde, na tentativa de não caracterizar como descompasso da gestão.
A impressão que temos é que metade do ano foi perdida. Não evoluímos em nada. Na segurança, os bancos continuam sendo explodidos quase três vezes mais. Todo dia tem dinamite sendo detonada na capital e no interior. Inúmeras cidades não dispõem de efetivo policial, nem tão pouco viaturas e armamentos para o combate a bandidagem. O clima de insegurança toma conta dos cidadãos que não vislumbram uma saída no atual cenário.
Ricardo e seu estilo nos entregaram um dilema: em respeito à vontade das urnas, teremos que suportar longos quatro anos, apostando que dias melhores virão. Que o governo um dia vai acertar o passo e o governador vai perceber que ouvindo as pessoas é mais fácil.
Talvez, se o governador não fosse tão solitário nas suas decisões, os paraibanos não estariam com tanto medo do que pode acontecer amanhã.