ANTECEDENDO A REUNIÃO DE DILMA COM O PMDB

ILIMAR FRANCO

Tiro ao alvo
Pesou na decisão do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) de não aceitar a indicação para o ministério do Turismo o fato de virar um alvo dos deputados de seu partido. Vital explicou à cúpula do partido que não poderia assumir com uma guerra interna em curso que prejudicaria sua curta gestão de pouco mais de oito meses.

Sem bola dividida
Para colocar mais lenha na fogueira na crise entre PT e PMDB, o ex-presidente Lula reafirmou em reunião com a presidente Dilma, no Alvorada, que não irá a palanques em que petistas e aliados estão em guerra. Disse que a prioridade é a reeleição nacional e que não ajudará a enfraquecer o projeto do seu partido.

Em Abril

O presidente do PMDB, Valdir Raupp, está sendo aconselhado por integrantes da cúpula a se antecipar ao movimento dos insatisfeitos e marcar a convenção para abril. Com isso, teria margem para negociar a pauta, evitando que dela conste rompimento com o governo, e tempo para tentar reunificar o partido. A ideia será discutida neste domingo na reunião com a presidente Dilma.
‘Ou nós, ou ele’
No Planalto, a leitura é que a crise com o PMDB influencia pouco, na prática, o dia a dia do governo e a campanha presidencial. E tem prazo para se esgotar, as convenções oficiais de junho, quando se acertarão os palanques nos estados. Por isso, a presidente Dilma decidiu não ceder e enfrentar o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha. Um ministro disse que a orientação é clara: “Ou nós (governo) ou ele (Cunha)”. Risca-se o chão, e deputados e senadores escolham a quem atender. Se os deputados não querem indicar os ministros da Agricultura e do Turismo, afirmou um auxiliar de Dilma, então “entregaremos os cargos aos senadores.”

Reaproximação
O ministro Aloizio Mercadante vai conversar com o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN) para propor pauta de votações, a pedido da presidente Dilma. A intenção é puxá-lo para o governo e afastá-lo de Eduardo Cunha.