Sérgio Botêlho
As oposições na Paraíba estão numa encruzilhada a caminho do pleito estadual deste ano. Os oposicionistas formam ampla maioria no campo onde se mexem os políticos, mas, não estão seguros ainda sobre o que fazer para derrotar o governador Ricardo Coutinho, do PSB.
As teses vão da união de todos à pulverização das candidaturas para forçar um segundo turno. Tudo com o objetivo de enfrentar com chances o projeto de reeleição do líder socialista, contestado por oito entre dez políticos paraibanos.
Ricardo cultivou um estilo, durante esses seus primeiros quatro anos de mandato como governador do estado, a se expirar em 31 de dezembro próximo, que desagradou enormemente o estamento político paraibano.
O resultado é que inaugura o seu último ano de mandato tendo, como oposicionista, o presidente da Assembleia Legislativa paraibana, deputado Ricardo Marcelo, do PEN. Isto, após perder a Prefeitura de João Pessoa em virtude da divisão de seu grupo.
Foi quando viu passar de mala e cuia, e discurso bravo, para o outro lado, elementos de grande significado para sua trajetória política, a exemplo do ex-prefeito Luciano Agra, hoje no PEN, e do jornalista Nonato Bandeira, hoje no PPS, e vice-prefeito da Capital.
Perdeu ainda Roseana Meira, ex-secretária de Saúde de João Pessoa, Alexandre Urquiza, seu ex-coringa, e o jovem promitente político Bira, atualmente vereador pelo PT, onde acabou se aninhando após romper com Ricardo e o seu PSB original.
Estou falando dos mais próximos, do que se chamou um dia Coletivo Ricardo Coutinho. Contudo, enquanto aliados, perdeu outros, sendo o primeiro deles o atual deputado federal Manoel Junior, do PMDB, vice-prefeito de Ricardo na primeira gestão em João Pessoa.
Contudo, há sérios entraves a serem vencidos pelas oposições. Por exemplo: aquelas duas candidaturas fortes, Cássio e Veneziano, capazes de levar o jogo para o segundo turno, seguem enfrentando problemas desde legais até os de acúmulo e arregimentação de forças.
Enquanto isto, com dinheiro no cofre, Ricardo segue agindo, e atraindo prefeitos, que são grandes eleitores. Além de nutrir sonhos aliancistas em meio a candidatos avulsos ansiosos por palanques eleitorais de peso nas eleições deste ano.
Assim, Ricardo é o favorito nas eleições deste ano. Tanto pela avaliação que lhe é creditada pelas pesquisas, como pela capacidade, no exercício do governo, de reverter algumas situações que lhe são adversas entre os partidos em atividade na Paraíba.
O que vão fazer as oposições para derrotar Ricardo e seu projeto de reeleição ao governo da Paraíba somente assistindo às cenas dos próximos capítulos. Que prometem emoções em dose alta.
Amanhã tem mais.
