PT restringe interlocutores para as discussões com líderes do PMDB

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Para tentar ganhar tempo e não aumentar ainda mais a crise política com o PMDB, o PT e o governo definiram os níveis hierárquicos de interlocução na batalha verbal que vem sendo travada com os peemedebistas nos últimos dias. O presidente do PT do Rio de Janeiro, Washington Quaquá, foi escalado para responder aos ataques proferidos pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Na noite de ontem, estava prevista uma reunião entre o presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), e o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Bastante criticado nos últimos dias, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, está sendo blindado por seus pares. Ele disse ontem que não vai mais bater boca com Cunha, mas acrescentou que “ele precisa definir se é situação ou oposição”.

Já a presidente Dilma Rousseff fará a interlocução direta com o vice-presidente da República, Michel Temer, que está de férias nos Estados Unidos e só retorna ao Brasil na semana que vem. A percepção conjunta é que tanto Dilma quanto o PMDB estão esticando a corda ao máximo — por características próprias de cada um dos lados —, mas que, em um determinado momento, as relações entre as partes terão de ser retomadas. “Não existe amor nessa relação, existe pragmatismo. Por enquanto, o PMDB não tem opções alternativas de poder e terá de recompor com Dilma”, disse um interlocutor em comum de petistas e peemedebistas.

Um dos petistas mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado Devanir Ribeiro (SP) atribui as queixas de Cunha à dificuldade da presidente Dilma em concluir a reforma ministerial. “Eles podem reclamar que têm menos espaço do que queriam, mas o PMDB não é base aliada, o PMDB é governo. O Michel Temer foi eleito com a presidente Dilma”, completou Devanir. O petista acha uma bobagem as críticas feitas, inclusive por correligionários, de que as coisas eram melhores com Lula do que com Dilma. “Esse é um governo de continuidade, mas não é igual. Dilma é diferente de Lula? É. Paciência”, resumiu. Correio Braziliense