Dia 28 de junho de 2011, terça-feira, duas da tarde. Albani Cardoso de Melo, 42 anos, cabeleireira no Bairro de São José, Capital, aguarda a primeira freguesa da tarde, após o almoço, mas quem aparece no salão são dois homens armados.
Antes que a mulher possa dizer alguma coisa ou fugir, um deles puxa um revólver e dispara duas vezes contra Albani. Atingida no tórax e no rosto, a cabeleireira tomba no terraço do seu estabelecimento e morre no local.
A Polícia é chamada, comparece, chama o rabecão e leva o corpo de Albani para o necrotério. Assim que os policiais saem, os mesmos homens voltam e encontram a filha adolescente da cabeleireira na calçada do salão. Mais dois balaços e é o fim também para Amanda Cardoso de Meneses, 15 anos.
Os assassinos fogem a pé, sem serem incomodados nem perseguidos.
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Começo da madrugada da quarta-feira, 29 de junho. Meia dúzia de jovens se diverte na Praça do Skate, Retão de Manaíra, Capital. De repente, um arrastão. Assaltantes cercam os meninos e um deles leva uma paulada na cabeça.
Os pais da vítima são chamados. Em desespero, levam o filho para o hospital, onde o rapaz recebe o atendimento devido e é posto fora de perigo. No twitter, o pai do jovem agredido observa que o ataque aconteceu a poucos metros de um posto da PM.O mesmo posto que, não raro, quem mais precisa encontra vazio.
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Menos de oito horas depois do arrastão na Praça de Skate, três quilômetros ao norte,quatro homens armados invadem uma residência no Jardim Luna, também na Capital, de onde levam objetos de valor, entre os quais um carro de luxo.
Além do automóvel, uma L200, o bando teria carregado um aparelho de tevê de 42 polegadas e dois computadores. O dono da casa seria valoroso membro da família Cunha Lima, algo que a Polícia não confirma.
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No mesmo dia do arrastão no Manaíra e do assalto no Jardim Luna, a violência estende-se ao bairro da Torre e lá serve ao engenheiro agrônomo Marenilson Batista uma sobremesa pra lá de indigesta.
Secretário de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca do Estado, Marenilson acabara de almoçar em um restaurante. Na saída para pegar o carro, é abordado por dois homens que descem de um Gol cinza.
A dupla rende o secretário e leva a Ranger preta que a autoridade usava. Mas logo abandona a camioneta roubada. Descobre que o carro é oficial ou alugado ao governo. Seria uma ‘furada’ tentar fugir com ela da cidade ou mesmo do Estado.
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Antes que a quarta-feira acabe, chega a João Pessoa notícia de que mais uma explosão de caixa eletrônico no interior. Dessa vez, um cash do Bradesco instalado em Santa Terezinha, município da Grande Patos, Sertão paraibano.
O Sindicato dos Bancários anota e confirma que aquele seria o 51º arrombamento de caixa eletrônico na Paraíba, com uso de explosivos, em apenas seis meses. Contra 62 registrados durante todo o ano de 2010.
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O assalto em Santa Terezinha veio numa sequência que passou, 24 horas antes, por Boa Vista, onde cinco homens armados, conduzidos dentro de um Corolla, chegaram, renderam pessoas que estavam no ambiente de um caixa eletrônico do Banco do Brasil, dinamitaram a máquina, pegaram o dinheiro e fugiram na direção de Cabaceiras.
Essa quadrilha deu azar. Acabou presa e levada para a Central de Polícia de Campina Grande, onde de manhã cedo daquele dia os policiais foram chamados para perseguir facínoras que haviam seqüestrado um engenheiro em pleno Parque da Criança, onde o cidadão fazia sua caminhada matinal.
O seqüestro, segundo apurei no portal Paraíba 1, deu-se por volta das 5h30, quando o engenheiro Geraldo Alcântara de Medeiros foi abordado por três assaltantes às margens do Açude Velho. Ele foi levado do local no seu próprio carro, uma Hillux, mas liberado meia hora mais tarde próximo ao Canal do Prado, no bairro do Catolé.
Os bandidos fugiram e não se tem notícia até hoje de que a camioneta da vítima tenha sido recuperada. Não se admirem se for vista por aí em mais algum assalto a banco.
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No início da tarde da quinta-feira (30), dois assaltantes invadem uma loja de celulares no centro de João Pessoa, de onde os meliantes catam meia centena de aparelhos, mais a pistola do segurança do estabelecimento. Os ladrões fogem de moto.
O segurança, soube-se depois, era um policial fazendo bico, para complementar o salário de miséria que o governo lhe paga.
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No começo da noite da mesma quinta, Lucas Gabriel Isidro de Mesquita, 9 anos, é achado por uma bala perdida saída de um revólver usado num tiroteio no Renascer II, em Cabedelo.
Os culpados pela morte da criança, dizendo policiais da 7ª Distrital, seriam delinqüentes que integram as gangues conhecidas como Al Qaeda e Estados Unidos.
Do tiroteio saiu ferido Rubens Dias Santos Lopes, 20 anos, que teria sido atingido pela mesma bala que matou Lucas, depois de resvalar no ombro do rapaz para se alojar na cabeça do garoto.
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Pra fechar o firo da semana, na madrugada de ontem, em Mulungu, Agreste paraibano, explodiram o caixa eletrônico do Bradesco abastecido para o pagamento de aposentados e dos funcionários públicos municipais.
“De acordo com o 4º Batalhão da Polícia Militar de Guarabira, que atendeu a ocorrência, a força dos explosivos detonados deixou a estrutura do posto de atendimento parcialmente destruída e atingiu duas casas vizinhas”, conta-nos o Paraíba 1.
“Moradores declararam que o grupo de criminosos ainda esvaziou os pneus dos carros da Polícia Militar para evitar perseguição, mas a informação não foi confirmada pelo 4º BPM. Equipes de toda a região foram convocadas para fazer as buscas na zona rural do Agreste”, acrescenta.
“Nenhum dos envolvidos no crime foi preso até o momento”, conclui o portal, expondo ao leitor a frase que tanto se repetir mais parece um carimbo do desfecho de nove entre dez ocorrências do gênero na Nova Paraíba.
Que continua tão despoliciada, insegura e violenta quanto a Velha. Ou pior, se levadas em conta os números da escalada da violência desse ‘novo’ e triste tempo em que vivemos.