Lena Guimarães
Sabe aquela jogada de anunciar um político popular mas Ficha Suja como candidato, para substituí-lo na véspera da eleição por um sem-voto mas Ficha Limpa? Não vai mais acontecer. O TSE aprovou novas resoluções para o pleito deste ano, e uma delas trata justamente dessa artimanha. Estabeleceu que a troca de candidatos, em casos de renúncia ou inelegibilidade, só pode ser feita até 20 dias antes da votação.
O TSE evita que o eleitor compre gato por lebre, que era o que acontecia quando havia a troca de candidatos 24 horas antes do pleito, o que deixava limitado os recursos para divulgação da substituição, e o eleitor confirmava seu voto olhando a foto de um, mas estava elegendo outro.
Na Paraíba tivemos várias substituições de candidatos que faziam campanha com os registros sub judice. Alguns foram substituídos logo após encerrado o prazo da propaganda eleitoral, outros, na véspera do pleito. E a Justiça teve que aceitar porque não existia nada que impedisse a manobra.
Dois exemplos famosos de substituição de sucesso: em Cajazeiras, sétimo maior colégio eleitoral do Estado, o candidato era o ex-prefeito Carlos Antonio (DEM), que teve registro negado sucessivamente e foi substituído por sua esposa, Denise Oliveira (PSB), eleita com 53,02% dos votos. Em Esperança, o candidato era Arnaldo Monteiro (PSC), que deu lugar ao filho, Anderson Monteiro (PSC), que somou 50,93% dos votos.
A eleição de 2012, a primeira da Lei da Ficha Limpa, mostrou que é possível a um inelegível, mas com bom advogado, manter-se candidato até o fim da disputa. Muito depois das eleições o TSE ainda julgava recursos contra registros dos que estariam barrados.
A nova resolução estabeleceu o prazo de 20 dias por ser o necessário para a equipe técnica da Justiça Eleitoral providenciar a substituição do nome e da foto do candidato nas urnas. Quando o eleitor digitar o número, verá em quem realmente está votando, e se não concordar, poderá mudar sua opção.
A resolução do TSE garante transparência na hora do voto, mas não impede que os inelegíveis usufruam dos direitos dos candidatos, incluindo o acesso ao guia eleitoral, até o dia 15 de setembro. Contudo, só levarão vantagem se os adversários não souberem usar o novo prazo a seu favor.
TORPEDO
Vamos aguardar os encaminhamentos, deixando os petistas aqui na Paraíba bem à vontade para qualquer tomada de decisão, mas destacando sempre a importância dessa união no 1° turno.
Do senador Vital do Rêgo, que defende união do PMDB com o bloco liderado pelo PT para o lançamento de uma chapa de consenso.
Apoio petista
Ao agradecer o apoio público de um grupo de petistas ao irmão, Veneziano Vital do Rêgo, para candidato único das oposições ao governo, o senador Vital disse que essa estratégia reforçaria também a campanha Dilma-Temer na Paraíba.
Prioridade
Palavras de Vital: “PT e PMDB têm um projeto nacional, que é garantir a reeleição da presidente Dilma e do nosso vice, Michel Temer. Este é o projeto maior e temos que atuar, nos Estados, pensando sempre no projeto nacional”.
Sem pressão
Contudo, o peemedebista descartou qualquer pressão para que o PT, que já lançou Nadja Palitot, aceite o candidato do PMDB: “Temos que respeitar essa indicação, mas também destacando a força que teríamos, juntos, já neste 1° turno”.
Prego batido…
De Rômulo Gouveia, sobre a possibilidade de recuar no apoio a Ricardo para ficar com Cássio: “Eu não tenho duas posições, não sou indo e voltando. Sou de uma linha só, sou de uma história política. Minha decisão está tomada”.
ZIGUE-ZAGUE
+ O Diário Oficial de ontem publicou exonerações de 10 cassistas que ocupavam diretorias e chefias. Segundo Rômulo Gouveia, todos foram a pedido.
+ Marcos Vinicius tomou as dores de Cássio, por conta da declaração de Estela Bezerra, para quem sem o apoio de Ricardo em 2010, o tucano não seria Senador.
+ Vinícius lembrou que Ricardo foi mais votado em Campina que na Capital, o território do PSB, onde proporcionalmente Cássio foi menos votado.
Apoio a Dilma
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) reuniu, durante almoço em Brasília, lideranças com quem discutiu o projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Na mesa estavam os senadores Gim Argelo, Armando Monteiro, João Vicente Claudino (todos do PTB), Eduardo Amorim (PSC), Alfredo Nascimento (PR) e o presidente nacional do PRB, Marcos Antonio Pereira. Entre eles, apenas um deputado federal, Wilson Filho, que viu no convite o reconhecimento ao PTB da Paraíba.
PONTO FINAL
O deputado Anísio Maia comentou, via Twitter, a interinidade de Rômulo Gouveia no governo: “RC passa bastão para Rômulo nos cinco dias de carnaval, quando todas as repartições estarão fechadas. Serve para que?”.