OUTRO “FICHA SUJA”

Paulo Santos

Componentes do condomínio governista da Paraíba ainda não compreendem os motivos políticos que fizeram o governador Ricardo Coutinho (PSB) substituiu Gustavo Nogueira pelo professor Thompson Mariz na Secretaria de Planejamento e Gestão. Como técnico teve destaque como reitor da UFGC, mas pode provocar uma nova onda de acusações pelo aproveitamento de um “ficha suja”.
Lideranças vinculadas ao Palácio da Redenção lembravam hoje (28) que o Governo já tem um bom “estoque” de fantasmas que deverão aparecer na campanha e podem colaborar mais para um desastre do que para arrecadação de votos e citavam o ex-prefeito de Cajazeiras, Carlos Antônio, e o procurador geral do Estado, Gilberto Carneiro.
Thompson, conforme lembrava um desses interlocutores, tem contas rejeitadas em nível federal, ou seja, no Tribunal de Contas da União por problemas adquiridos durante seu período como reitor da Universidade Federal de Campina Grande e dificilmente se livrará desses pesos até a campanha eleitoral.
Além dessa preciosa “colaboração” que o novo integrante do staff governamental poderá dar aos críticos do Governo até outubro, os governistas lembravam que ele ficou no lugar de um profissional reconhecidamente competente e de currículo inatacável, como é o irmão do conselheiro do TCE, Fábio Nogueira.
“Mais um ficha suja é demais”, vociferou um, enquanto outro ponderou que um Secretário de Planejamento não terá muito o que fazer durante os meses que antecedem a campanha. Pode ser do ponto de vista técnico, mas do ponto de vista de manuseio das verbas orçamentárias é lógico que terá muito trabalho.
Acrescente-se a isso o fato de que Thompson, mesmo em menor proporção que Gustavo Nogueira, circula bem nos meios políticos e empresariais de Campina Grade. Pode não ter grande sucesso, nessa empreitada, porque sofrerá forte bloqueio dos exércitos de Cássio espalhados pela Borborema.
Mesmo tendo sido rápido na definição do novo secretário, o governador Ricardo Coutinho pode ter avaliado o currículo, mas deixado de se deter sobre o viés político do desgaste de Thompson como gestor e as marras que a legislação impõe durante o processo eleitoral até o ainda longínquo mês de outubro.