Sérgio Botêlho
Passado o carnaval, será a vez do Planalto se debruçar sobre a formação do palanque de Dilma, na Paraíba. E a primeira atitude deverá ser a da nomeação do senador Vital do Rego Filho para o novo ministério da presidente, em gestação lenta e gradual devida as vicissitudes que caracterizam a reforma ministerial.
Segundo fontes do Palácio do Planalto, um dos objetivos embutidos na reforma ministerial é o do fortalecimento dos palanques de Dilma no Nordeste. Neste pacote inclui-se, portanto, a Paraíba, sendo motivo, mesmo, de avisos no noticiário da grande mídia impressa, nesta terça-feira.
De acordo com esses avisos de hoje, mas, também, de ontem, é certa a nomeação de Vital para o novo ministério Dilma. Na mesma empreitada que intenta colocar o senador Eunício Oliveira (também do PMDB), do Ceará, na Integração, e Benito Gama, da Bahia (atual presidente nacional do PTB) no colégio de ministros.
Não é à toa, segundo lembra o Globo, em sua edição desta terça-feira, 25, que Dilma tentou a permanência de Aguinaldo Ribeiro, do PP paraibano, no Ministério das Cidades, e ainda tenta que Ciro Nogueira, também do PP, do Piauí, substitua Ribeiro nas cidades. O foco é no Nordeste.
Assim, a atenção ao Nordeste, e à Paraíba – também motivo de forte consideração da parte de PSDB e PSB – vai ser redobrada após o carnaval. A intenção é fazer com que a base aliada esteja fortemente unida em um palanque capaz de, no caso da Paraíba, enfrentar os fortíssimos palanques de Eduardo Campos (Ricardo Coutinho) e Aécio Neves (Cássio Cunha Lima).
Aliás, é o mesmo movimento a ser feito pelo comando nacional da campanha de Eduardo Campos, com relação à Paraíba, para depois do carnaval. Não precisa falar sobre a preocupação da cúpula socialista nacional com a desestruturação do palanque vitorioso em 2010, do PSB paraibano, com a retirada em massa dos tucanos.
Tucanos que enfim saíram na frente na disputa eleitoral paraibana, confirmando o que vínhamos afirmando há dias. Não obstante os apelos do governador Eduardo Campos, Cássio, carregando o seu PSDB, bateu retirada do palanque de Ricardo Coutinho, uma defecção tamanho gigante para o PSB paraibano.
Mas, também o PSB paraibano vai buscar reforços para o seu palanque a partir de depois do carnaval. É aguardar para ver se o surto de verticalização que vai caracterizando a ação nacional do PT e do PSDB não vai atingir outros partidos, da base ou não, com reflexos determinantes nas alianças políticas paraibanas.
