Efraim e o DEM: de que lado estarão?

Sérgio Botêlho

Não é difícil prever o destino do ex-senador Efraim Morais, do DEM paraibano, na disputa pelo governo estadual este ano. Efraim compõe o governo Ricardo, na função de Secretário de Infraestrutura. Mas, confirmado o rompimento de Ricardo com Cássio, Efraim deve acompanhar o PSDB de Cunha Lima. Embora, dependa…
A confusão é não apenas do cronista. Ela é real. O DEM deve acompanhar nacionalmente o PSDB. Porém, cansados de desempenhar o papel de mulher de malandro, e cansados de levar rasteira, os Democratas querem estabelecer em que posições, em cada estado, estarão postados os seus candidatos nas chapas tucanas. O DEM teme, com justificada razão, encolher ainda mais no parlamento.
Os líderes nacionais demistas, portanto, estabeleceram essa condição, agora. Importantes líderes regionais do Democratas foram desprezados nas chapas tucanas em vários estados, no último pleito majoritário realizado em 2010, tendo como consequência o retraimento atual das bancadas na Câmara e no Senado.
Mesmo assim, a opção primeira do DEM nacional nas eleições majoritárias de outubro deste ano é pelo PSDB. Só que vai ser necessário que tucanos e democratas sentem à mesa, esquadrinhem o mapa político brasileiro, estado a estado, e definam claramente como serão alojados os líderes do DEM nas chapas majoritárias e proporcionais.
Quando Efraim vai à imprensa paraibana e repete claramente essa posição, o ex-senador fala alinhadíssimo com o que pensa a direção nacional do seu partido. Na Paraíba, ao que parece, o DEM quer uma vaga para o Senado, na chapa majoritária. Com certeza, para o próprio Efraim. E, como ele mesmo adiantou, de preferência no PSDB. Não vai ser fácil. Porém, a pedida é esta.
Se não vai ser fácil no PSDB, será pior ainda no PSB do atual governador Ricardo Coutinho. Esvaziada a articulação que lhe deu a vitória em 2010, com a defecção tucana, Ricardo precisa, agora, de uma nova aliança, e forte, do tipo PMDB. E nem sequer pode pensar em perder o PSD do seu vice, Rômulo Gouveia. E sem a vaga do Senado, pouco terá a oferecer na composição para outubro, a não ser cargos no governo, que somente têm segurança de permanência até dezembro próximo.
Portanto, não bastassem todas as indecisões reinantes no quadro político paraibano, no momento, agora entra em cena o DEM do ex-senador Efraim Morais. O mesmo DEM e o mesmo Efraim Morais que, nos idos de 2006, ao abandonarem o governo Maranhão, insatisfeitos com os espaços oferecidos, o DEM e Efraim – ao final e ao cabo, uma mesma coisa – acabaram contribuindo de forma decisiva para a vitória de Cássio Cunha Lima.