Guia é a prioridade
Lena Guimarães
Dos 32 partidos em funcionamento no Brasil, 21 têm representação na Câmara dos Deputados e participam da divisão da maior fatia do tempo de propaganda eleitoral gratuita. Todos atuam na Paraíba, sendo que 16 não têm candidato a Governador e são alvo da uma verdadeira guerra travada nos bastidores por Ricardo Coutinho (PSB), Cássio Cunha Lima (PSDB) e Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), que querem viabilizar o melhor palanque eletrônico que conseguirem.
Ricardo Coutinho saiu na frente e conquistou o partido com mais tempo de guia entre os coadjuvantes. Trata-se do PSD de Rômulo Gouveia, que com uma bancada de 42 deputados federais, é dono de 8,18% do tempo do guia. Fechou ainda com o PT do B (0,58% da propagada), e com o PV (1,75%). O PSL de Tião Gomes não tem representação e não tem direito a esse espaço. O PSB tem 4,87%.
O PSDB de Cássio Cunha Lima, com 45 deputados, tem o terceiro maior tempo de propaganda (8,96% do tal), mas vai precisar de aliados para debater com Ricardo. Recebeu o apoio do PPS (1,36% do guia), e do PEN, que não participa da divisão por falta de representação na Câmara.
Veneziano Vital do Rêgo já conta com 14,81% do guia, pois o PMDB tem 75 deputados e só perde nesse quesito para o PT, que com 88 parlamentares tem direito a 17,15% do tempo. Se os dois se juntarem, como espera o peemedebista, ocuparão quase um terço da propaganda gratuita no rádio e TV. A entrada de Cássio na disputa pode facilitar essa aliança, pela necessidade dos petistas de reforçarem o palanque de Dilma na Paraíba.
Nunca antes os dirigentes partidários foram tão paparicados. Quanto maior o tempo que podem oferecer, maior valor têm para os candidatos. Pela ordem, os coadjuvantes mais importante e ainda descompromissados são: PP (7,99%), PR (6,23%), DEM ( 4,87%), SDD (4,28%), PDT (3,5%), PTB (3,31%), PC do B (2,72%), PSC (2,53%), PRB (1,94%), PMN (0,58%) e PRP (0,38%).
A importância dos partidos aumenta mais se, além do tempo, tiverem bases municipais e lideranças com capacidade de influenciar eleitores e transferir votos. Por isso, os alvos prioritários de Cássio, Veneziano e Ricardo, momento, são o PP do ministro Aguinaldo Ribeiro, o DEM de Efraim Morais, o PR de Wellington Roberto, o PTB de Wilson Santiago e o PSC de Marcondes Gadelha. Mas esses, são raposas velhas da política e não vão se apressar.
TORPEDO
Apresentamos o nome de Veneziano e quem sabe, os demais partidos venham a nos sustentar. Esperamos que a aliança entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e do seu vice, Michel Temer (PMDB) possa ser replicada na Paraíba”.
Do senador Vital do Rêgo (PMDB) após encontro com o prefeito Luciano Cartaxo (PT).
No cravo…
O senador mais votado em João Pessoa em 2010, Vital do Rêgo (PMDB) comunicou ao prefeito Luciano Cartaxo (PT) que destinou R$ 16 milhões de suas emendas para o Hospital da Mulher, que a PMJP vai construir.
… e na ferradura
Depois, conversaram sobre política. Aos jornalistas, Vital do Rêgo admitiu esperar que PT e PMDB estejam juntos já no 1° turno das eleições, formando uma chapa majoritária de consenso com os demais partidos aliados.
Novo cenário
No campo da oposição, os partidos já admitem que a candidatura de Cássio inviabiliza a “terceira via” que o PT gostaria de protagonizar junto com o PP e o PSC. Advogam que a candidatura única deixaria claro qual o nome da oposição.
Estratégia
Pelo que tem repetido nas entrevistas, Ricardo Coutinho já sabe como desequilibrar a disputa com Cássio: vai comparar os resultados dos seus governos. Garante que nenhum antecessor chega nem perto dos seus números.
ZIGUE-ZAGUE
+ O senador Cícero Lucena disse que só pensará em sua reeleição após a consolidação da candidatura de Cássio a governador. Essa seria a sua prioridade.
+ Cícero garante que Cássio não teme a comparação dos resultados das gestões dele e de Ricardo Coutinho, durante a campanha deste ano. Disse que torce por isso.
+ E disparou: “Essa comparação vai ser muito fácil. Há uma grande diferença na forma de administrar. Nós temos alma, coração e gostamos de fazer o bem”.
Baixa na Procuradoria
A procuradora Mônica Figueiredo já não é a Adjunta do Procurador-Geral do Estado, Gilberto Carneiro. Ontem, ela protocolou o seu pedido de exoneração do cargo, o segundo na hierarquia do órgão. É a terceira baixa desde o início do movimento dos Procuradores, que questionam a atual gestão. Antes dela, entregaram os cargos os chefes das gerências Militar e das Indiretas.
PONTO FINAL
A declaração de Rômulo Gouveia, de que não colocaria o apoio do PSD em “leilão” com o senador Cássio, fez o tucano cancelar o encontro que teriam ontem à noite. Não gostou do tom, nem da insinuação.