De saída é preciso se dizer que não há lembrança na Paraíba de um governo que tenha instituído uma data base anual para aumento salarial, como fez Ricardo Coutinho

A verdade que incomoda – por Fernando Caldeira

De saída é preciso se dizer que não há lembrança na Paraíba de um governo que tenha instituído uma data base anual para aumento salarial, como fez Ricardo Coutinho a partir de sua eleição em 2010.

Ao contrário, aumento de salários no Estado sempre foi utilizado, até então, como moeda de troca política que ficava ao sabor da conveniência do governante de plantão, sempre de olho nas eleições. Em final de gestão, o executivo instituía um “pacote de gentilezas” que ficava para seu sucessor pagar, cabendo-lhe os louros da iniciativa.

Houve tempo, e não faz tanto tempo, em que a Polícia Militar teve que fazer greve na praça dos três poderes buscando sensibilizar o governante para as melhorias salariais reivindicadas, não conseguindo senão o exército para reprimi-la. Todos se lembram disso!

Pois bem, além de instituir a data base (janeiro) para os aumentos salariais automáticos dos servidores, o atual gestor paraibano consegue a proeza de conceder reajustes acima dos concedidos pela Presidente Dilma Roussef. Senão vejamos: enquanto em 3 anos (2013, 2014 e 2015) os servidores federais estarão alcançando um aumento parcelado de 15,8% (http://www.planejamento.gov.br/conteudo.asp?p=noticia&ler=9785,), os estaduais da Paraíba em três anos (2011, 2012 e 2013) alcançam reajustes que variam de 28,00% à 36,57%, dependendo da categoria, ou seja, de 13 à 21,57% acima do índice federal.

É fato, são números oficiais e, contra números, não há argumentos contrários que se sustentem, em que pese a vã tentativa de algumas viúvas do poder em tentar confundir o servidor.

Para chegar a esses patamares, o governador Ricardo Coutinho anunciou esta semana, na data base do funcionalismo, aumentos variando entre 5 à 13,57%, assim distribuídos: 89% dos servidores (93.826 funcionários) tiveram aumento variando entre 6,78 às 13,57%; 11% (11.596 funcionários) receberam 5%. Ou seja, dos 105.422 servidores, a esmagadora maioria recebeu reajustes acima da inflação do ano passado que foi de 5,9%. Apenas uma minoria, justamente a que maiores salários recebe no Estado, como o Fisco, ficou com aumento levemente abaixo do índice inflacionário.

Essa é a verdade. Verdade que incomoda. Mas é a verdade!