Governador anuncia reajuste e tenta enganar categorias com ilusões

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Gutemberg Cardoso

É sempre assim, depois do anúncio vem a realidade. Os servidores do Estado, as várias categorias, que ouviram o anúncio de aumento feito pelo governador Ricardo Coutinho têm uma boa impressão, na primeira hora, aí começam a maturar, fazer as contas procurando entender o detalhamento do aumento. A manchete é bonita, vai de 5%, as vezes 10% e chega a mais de 13% de reajuste.

Isso empolga todos que ouvem esses dados, o jornal publica uma página gigantesca, e lá o aumento percentual que aponta são dos três anos de governo e não do aumento para 2014. Ou seja, há uma maquiagem nos números, há uma ilusão feita na apresentação no intuito de gerar impacto. Aí você se pergunta qual é a necessidade disso, se daqui a 30 dias quando o servidor receber o contracheque e fizer a conta vai ter mais raiva e decepção? Parece que o Governo gosta de enganar e iludir, de tapiar… Por que não é realista? Se a realidade do Estado não permite dar mais aumento, a gente tem que acreditar, afinal de contar o Governo está submetido à várias legislações para poder mexer no dinheiro que o Estado tem para agir e sabemos que há imposições legais para saúde e outras áreas. Por que não ser transparente e realista?

Quando anuncia 10% para determinada categorias e os profissionais vão tentar entender, são 5% no contracheque e os outros 5% em uma gratificação, que nunca dará 10% no final, é uma ilusão, uma enganação. Já para outra categoria, dos que estão reformados e aposentados, é uma tristeza. Parece até que este Governo não gosta de quem está aposentado, pois trata com desprezo, nem mencionar no aumento, mencionou. Triste comportamento!

Enfim, o aumento está dado e uma coisa não se pode negar, tem uma data e um aumento anual, mas aí escutamos perguntas de pessoas querendo saber se é um aumento verdadeiro ou apenas uma correção da inflação do período. Nem uma coisa, nem outra. Aumento efetivo não tem, tem uma tentativa de correção e mesmo assim, para a maioria das categorias, não atinge a inflação. Ou seja, corrige o valor, mas não corrige por inteiro. É esta a realidade, é importante que as categorias debatam este aumento.