Um dos grandes patrimônios reais e emblemáticos para os brasileiros, especialmente os de menor renda, a caderneta de poupança não está imune à incompetência reinante na administração petista. Especialista na “contabilidade criativa” que desmoraliza o pouco que resta de sua reputação na área econômica, o governo de Dilma Rousseff se vê aturdido diante de mais um escândalo, desta vez envolvendo a Caixa Econômica Federal, que protagonizou uma espécie de confisco secreto em mais de 525 mil contas e usou esse dinheiro para inflar seu lucro em 2012 e distribuir maiores dividendos para o governo.
A Caixa alega que encerrou as contas que apresentavam falhas cadastrais, mas a rapinagem escandalosa sobre mais de meio milhão de poupadores descumpriu a legislação. A resolução 2025/ 1993 do Conselho Monetário Nacional trata do encerramento de contas abertas “com documentação fraudulenta”, quando há indícios de crime contra a administração pública, mas é necessário obter autorização judicial para cada um dos casos. Além disso, a circular 3006/2000 do Banco Central prevê autorização do cliente para o fechamento da conta.
Sem qualquer embasamento legal, a Caixa tampouco encontra respaldo lógico em sua constrangedora tentativa de justificar o injustificável. Afinal, como as 525 mil contas encerradas estavam “inativas” se a caderneta de poupança rende mensalmente? E como insistir na tese de que a operação seguiu os preceitos legais se o próprio Banco Central determinou expressamente que o dinheiro “tungado” dos poupadores seja retirado do balanço financeiro da Caixa e volte para o passivo da instituição?
Esta não é a primeira vez que a Caixa protagoniza trapalhadas sob a chancela do governo petista. Em maio do ano passado, o banco alterou o calendário de pagamentos do Bolsa Família sem aviso prévio aos beneficiários, o que provocou correria às agências. Em um único fim de semana, mais de 1 milhão de pessoas realizaram 920 mil saques no valor total de R$ 152 milhões. Depois de acusar a oposição de criar boatos sobre o suposto fim do programa, o governo se viu obrigado a recuar e o próprio presidente da Caixa pediu desculpas pela lambança.
“tungada” na caderneta de poupança nos remete ao absurdo cometido pelo ex-presidente Fernando Collor, que confiscou parte das contas dos brasileiros e gerou um profundo trauma no imaginário popular. Mais de 20 anos depois, os petistas parecem ter se inspirado no antigo adversário, hoje fiel aliado de Lula e Dilma, para ludibriar os brasileiros e inflar o erário.
Além de desmoralizar ainda mais um governo que se arrasta com a credibilidade no chão, o confisco arbitrário da Caixa aumenta a desconfiança em relação ao Brasil e causa enorme prejuízo a correntistas e acionistas. O país não pode mais conviver com tamanho desmantelo e tantas ilegalidades.BRASIL ECONÔMICO