O presidente da Federação de Pescadores da Paraíba, Zélio Silva, concedeu entrevista à Rádio Sanhauá, e denunciou um suposto esquema de concessão de carteiras irregulares, desvios de dinheiro e cestas básicas. Segundo ele, existe intervenção política e algumas pessoas que trabalham na Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura no Estado da Paraíba participam do esquema. Ele disse que existe, inclusive, uma diferença no tratamento dos profissionais dependendo da preferência partidária de cada um.
Oito representantes de pescadores da Paraíba estiveram nos estúdios da Rádio durante o ‘Debate Sem Censura’. Ivanilda que é presidente da Colônia de pescadores de patos disse que o Ministério de Desenvolvimento Social repassa cestas básicas para os pescadores e os representantes da Paraíba têm apenas que repassar para os profissionais, mas, segundo ele, há um desvio dos alimentos. “Alguns pescadores recebem e outros não, quem deveria receber as cestas é a Colônia e repassar para os pescadores, mas foram levadas para uma pousada na cidade e entregues para algumas pessoas de forma errada”, denunciou.
O presidente da Associação de Pescadores de Coremas, Janderly Batista, denunciou que até o Seguro Defeso está sendo dado para pessoas que não trabalham com pesca e ocorrem indevidamente. Ele disse que para ter acesso ao benefício que ajuda os pescadores, com um salário mínimo durante três meses por ano, deve ser feito um cadastro nacional e apenas um ano depois o profissional receberá o valor. Mas, na Paraíba, há pessoas que não trabalham com pesca sendo cadastradas e recebendo o benefício antes do prazo e totalmente irregularmente. “Há registros sendo feitos de forma retroativa para poder receber logo, e tem gente que trabalha em loja e não sabe nada de pesca”, declarou.
Os presidentes de Colônias disseram que ‘o esquema’ ganha muito dinheiro, pois, segundo a denúncia feita na Rádio, os interessados fazem o cadastro e pagam um determinado valor que varia de R$ 300 a R$ 1 mil para fazerem o registro de pescadores profissionais sem ao menos trabalharem na área. Eles disseram que as picuinhas políticas prejudicam os profissionais e quem está a frente da Superintendência, segundo eles, preferem ter cabos eleitorais a atender a categoria de forma igualitária, como deve ser.