Gutemberg Cardoso
São nas brigas políticas que nós conhecemos algumas realidades, neste momento os políticos revelam o que normalmente eles não tornavam público. Uma briga entre o governador de Pernambuco e pré-candidato a presidência da República, Eduardo Campos, e o Partido dos Trabalhadores está evidenciando porque nós somos o primo pobre do Nordeste.
O PT soltou uma nota, através de seu portal, contra o governador de Pernambuco, ele foi logo respondendo e aí eclodiu a briga. Pois não é que o Partido dos Trabalhadores e o Governo Dilma enumeraram os privilégios de grandes investimentos que fez para o estado de Pernambuco em detrimento de outros pequenos estados que, por justiça, teria direito. Investimentos vultuosos, estruturantes que deixaram Pernambuco com um diferencial de crescimento em relação aos seus vizinhos. E aí se inclui a Paraíba!
Essa briga está tornando público que a nossa representação política passou batida nos últimos dez anos porque são os anos que o PT está no poder. Nós não tivemos esta habilidade de cobrar os investimentos e Pernambuco está hoje comemorando, o governador de lá está com essa visibilidade nacional porque o PT fez os investimentos durante o Governo Lula (porque ele é pernambucano) e Dilma continuou os investimentos. E agora, em função da briga, estão fazendo essas revelações e essas cobranças de que Pernambuco recebeu demais e talvez até o que não devia.
E aí vem a nossa reflexão: que critérios são adotados, pelo Governo Central, para fazer investimentos estruturantes para o Estado? E o que pode ser feito para equilibrar o que foi feito até agora? Quem vai pedir, em ano de eleição, pelo menos, compromisso para que o porto de águas profundas tenha os recursos assegurados? Assim como a ‘transnordestina’ para a Paraíba e a obra da Transposição do Rio São Francisco finalmente saiam.
Enfim, deveremos cobrar muito mais, nós temos direito, nós somos um estado pobre que precisa ser olhado melhor pelo Governo. Mas quem vai colocar o chocalho no gato? Quem será o porta-voz? O Governador que não está afinado com Dilma? O ministro Aguinaldo Ribeiro, que já está dentro do Governo? O senador Vitalzinho, que deve ser indicado ministro nos próximos dias? A nossa bancada federal? Quem será o porta-voz das cobranças pela Paraíba para que não fiquemos, novamente, sem obras e sem compromissos. Dilma deverá vir à Paraíba durante a campanha e será momento de cobrança, os outros candidatos, Aécio e Campos, também.
Enfim, se hoje tivéssemos que cobrar do Governo Dilma e dos futuros candidatos, o que a Paraíba vai pedir? Nenhuma pauta de reivindicação afinada e unificada nós temos. A ponte para Lucena, que é um sonho, o que mais? Ou seja, nós estamos isolados, discriminados, sem porta-vozes e sem saber o que pedir.