A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) foi notificada pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJPB), na manhã desta quarta-feira (8), sobre liminar que determina o processamento do Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA 2014). A Casa vai prestar esclarecimentos aos desembargadores José Aurélio da Cruz (plantonista) e José Ricardo Porto (relator da matéria) informando que não há descumprimento de ordem judicial, pois o Poder Legislativo não interrompeu em nenhum momento a tramitação da matéria. Os deputados foram convocados para apreciação da peça orçamentária na segunda-feira (13).
“Vamos dar esclarecimentos ao desembargador para que haja a compreensão de que o Poder Legislativo age em perfeita harmonia com o Poder Judiciário. Não há descumprimento de ordem judicial. O texto encaminhado pela Justiça é muito claro no sentido de afirmar que a Assembleia deve dar o regular processamento ao feito da votação da LOA, coisa que a Casa Parlamentar já tem feito desde o dia 17 de dezembro”, ressaltou.
O procurador afirmou que o desembargador José Aurélio da Cruz entendeu que haveria uma suposta procrastinação do Legislativo na tramitação da votação, o que de acordo com Abelardo Jurema Neto não está ocorrendo. “No dia 17 de dezembro seria a votação e que foi interrompida por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). No dia 20 de dezembro houve o recesso judicial. Então, do dia 20 até o dia 27 de dezembro, data em que se aportou o pedido do Governo do Estado, a Assembleia ficou todos esses dias de portas abertas. Mas, somente na sexta-feira (27), à tarde, chegou este pedido na Casa. Houve a convocação, mas o relator do projeto, deputado Caio Roberto (PR), fez o pedido ao presidente da Comissão de Orçamento, Raniery Paulino (PMDB), para analisar as 623 páginas da LOA”, explicou.
A partir do momento em que foram identificadas as condições para votação, independentemente da ordem judicial, o Legislativo realizou o adiantamento do prazo do dia 15 de janeiro para segunda-feira (13). Antes do processo de votação em plenário, a Comissão de Acompanhamento e Controle da Execução Orçamentária da Casa se reúne às 8h00 para analisar a LOA e dar o respectivo parecer para que o projeto seja encaminhado aos deputados, onde será analisado e votado a partir das 10h00.
O procurador lembrou ainda que não existe nenhum prejuízo em relação a pagamento de salários e manutenção de serviços pela não votação da LOA. “O artigo 68 da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) garante o pagamento de despesas sem a votação da matéria e diz o seguinte: Se o Projeto de Lei Orçamentária Anual não for encaminhado para sanção até 31 de dezembro de 2013, a programação nele constante poderá ser executada até o limite mensal de um doze avos do total de cada dotação, na forma da proposta remetida ao Legislativo, até que seja sancionada e promulgada a respectiva Lei Orçamentária”.
O texto ainda estabelece que não se incluem no limite previsto as dotações para atendimento de despesas com pessoal e encargos sociais; pagamento do serviço da dívida; operações de crédito; transferências constitucionais a Municípios; pagamento de benefícios previdenciários; e pagamentos de despesas decorrentes de sentenças judiciárias”, destacou, acrescentando que o artigo 166, § 8º, da Constituição Federal garante a utilização de recursos para pagamento de despesas sem a votação da peça orçamentária.