Do alto dos seus sucessos – e até insucessos – no exercício da atividade política, o atual secretário estadual de Infraestrutura, presidente estadual do DEM e ex-senador Efraim Moraes teria advertido, em entrevistas em Cajazeiras, que um eventual “racha” na situação poderia dar a vitória à oposição nas eleições do próximo ano. Está cravado no site Diário do Sertão.
Não se avalia a fundo as declarações de Efraim porque não é conhecido o contexto em que fez essa colocação, mas deve estar sendo generoso quando põe o problema no aspecto condicional. Ora, a situação há muito está “rachada” e só um daqueles milagres que acontecem no intervalo de dois mil anos é que poderá unificar de novo os governistas.
O primeiro “racha” foi quando parlamentares estaduais do DEM e do PSDB se bandearam para o PEN formando a maior bancada da Assembleia Legislativa sob o duplo comando de Ricardo Marcelo. Desde então, os afastamentos dos governistas apenas se agravaram e o melhor exemplo disso é o desempenho do deputado José Aldemir.
Outra demonstração de que o “racha” estava consolidado foi o encontro do senador Cássio Cunha Lima com lideranças na filiação do filho do deputado Dunga ao PSDB. Em uníssono, gente com e sem mandato apresentaram-lhe, em alto e bom som, o ultimato: ou liderava ou liberava o pessoal porque ninguém queria votar na reeleição do Governador.
O terceiro fato ocorreu com o próprio DEM quando, ás vésperas do encerramento do prazo de filiação partidária neste ano santo de 2013 os deputados estaduais do partido (Quintans, Lindolfo Pires e Domiciano) externaram o desejo de voar para o ninho tucano, mas tiveram que arremeter sob ameaça de que perderiam os mandatos sob o peso do tacape da lei.
Os observadores políticos não têm conhecimento de qualquer evolução nesse quadro após os motins na nau governista. Ao contrário, outros focos silenciosos emitem sinais de fumaça das insatisfações, muito bem disfarçadas principalmente por quem tem parentes em cargos importantes.
O ex-senador Efraim Moraes é sempre cauteloso nas suas afirmações no modo mais tradicional de fazer política. Seus radares devem ter captado muito mais insatisfações do que estas que eventualmente chegaram ao conhecimento da imprensa. Mais que isso: não sabe até quando Cássio vai continuar represando as idiossincrasias de correligionários em relação ao governador Ricardo Coutinho.
Como bom engenheiro, Efraim sabe que é perda de tempo tentar segurar uma enxurrada com areia de pântano. É o que está acontecendo. O maior inimigo de um Governo é o silêncio dos aliados. Esse silêncio governista é ensurdecedor e deixa antever chuvas e trovoadas. As enquetes, realizadas Estado afora, parecem comprovar.
DELEGACIAS FECHADAS
O governador Ricardo Coutinho e seus auxiliares têm se preocupado em desmentir as informações de que as delegacias de Polícia estão fechando a partir das 18 horas.
E têm razão: elas estão fechando às 17 e, às vezes, às 16 horas.
Que o diga quem esteve, nesta semana, querendo registrar um BO (Boletim de Ocorrência) por ter bolsas e carteiras tomadas em assalto, em João Pessoa.