PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Eduardo Martins - Por Sérgio Botelho

Paraíba - A principal missão de um trabalho memorialista é sacudir a poeira do esquecimento, para preservar memórias individuais e coletivas. Tenho me dedicado a isso e, hoje, me volto a lembrar uma figura importante da história cultural paraibana: Eduardo Martins da Silva, falecido em 1991, na condição de membro da Academia Paraibana de Letras, onde ingressou em 1971. Eduardo Martins nasceu em 13 de outubro de 1918, em Goiana, Pernambuco. Em 1928, mudou-se com a família para João Pessoa (então, cidade da Parahyba), onde estudou no Grupo Escolar D. Pedro II e no Lyceu Paraibano. Casou-se com Arlinda Câmara Martins, com quem teve uma filha, Vera Lúcia. Após o falecimento de Arlinda, casou-se com Joselita Martins da Silva, tendo mais dois filhos, Eduardo e Joselita. Iniciou sua carreira como comerciante, vendendo livros, e depois ingressou no serviço público como jornalista. Foi redator do jornal A União e dirigiu o suplemento literário Correio das Artes, durante o governo de Oswaldo Trigueiro. Posteriormente, trabalhou na Caixa Econômica Federal, ocupando cargos de responsabilidade, sem abandonar suas atividades literárias e de pesquisa. O famoso intelectual destacou-se como pesquisador, historiador e poeta, contribuindo para jornais e revistas da Paraíba e de outros estados. Sua obra é extensa, segundo relaciona o site da Academia Paraibana de Letras, o que inclui: Céo cheio de estrelas, 1936; Poemas, 1937; Poemas da hora incerta, 1939; Integração, 1941; Lua de outono, hai-kai; 1942; Canto da amada ausente, 1943; Poemas, 1937/45; Novos poems hai-kai; Poemas japoneses, tenka e hai-kai, Tradução, 1950; Breve antologia brasileira de hai-kai, 1954; Acalanto, 1950/66; Ária serena, hai-kai, 1942; Solitude, 1937/47; Poemas de Langston Huches (seleção, tradução e notas), 1970; Hoedeslin (12 poemas, seleção, tradução e notas) 1970; Quinze poemas de Nazim Hikmat, 1977; João Pessoa, através de duas mensagens presidenciais, 1978; A União e história da Paraíba, 1978;Cinco poemas de França, 1979; Allyrio Meira Wanderley – notícia bibliográfica, 1971; Eliseu Elias Cezar-notícia bibliográfica; Coriolano de Medeiros; Primeiro jornal paraibano (apontamento histórico); Carlos Dias Fernandes; A União – Jornal e História da Paraíba; A Tipografia do Beco da Misericórdia; Cardoso Vieira e o Bossuet da Jacoca (perfil biográfico), 1979; José Lins do Rego, o homem e a obra, 1980; Padre Azevedo, sua vida, seus inventos, 1983; Obras poéticas de Peryllo D’Oliveira, 1983. A produção literária de Eduardo Martins é referencial para a compreensão da trajetória histórica pessoense e paraibana. Entre os acadêmicos, foi um dos mais dedicados a estudos sobre a própria instituição, reunidos no livro “Academia Paraibana de Letras. Subsídios para a sua história (1941-1972)”, que completa a sua bibliografia.

Foto da Academia Paraibana de Letras

Sérgio Botelho

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.