
Em 4 de abril, o Disney+ lançará Maria e o Cangaço, uma série que busca apresentar Maria Bonita e Lampião sob uma nova perspectiva. Os personagens estão longe de ser apenas figuras históricas, a produção os retratou como indivíduos complexos, cujas vidas foram moldadas pela desigualdade e pela violência do sertão. Transporte-se para o nordeste dos anos 30 com experiência ainda mais autêntica, imagine-se nas paisagens do sertão, com o controle de uma TV Multilaser nas mãos, e a tela oferecendo imagens nítidas e cores vibrantes.
A história se passa no nordeste do Brasil, berço do cangaço que foi um fenômeno social que marcou o final do século XIX e o início do XX. Ela fala sobre os últimos dias de Maria Bonita, interpretada por Ísis Valverde, uma mulher pioneira ao desafiar as convenções sociais da época, ao lado de Lampião, vivido por Júlio Andrade, e sua vida no meio de um bando de cangaceiros.
A direção é de Letícia Prisco e Thiago Teitelroit, e com roteiro de Eduardo Melo e Mariana Bardan, a produção é da Formata Produções e Conteúdo e a distribuição da Star Original Productions, e promete uma imersão no cangaço. Cenários grandiosos e uma equipe de profissionais renomados dão vida a essa história.
Maria e o Cangaço foge da representação tradicional dos cangaceiros, e explora em profundidade suas relações e a busca por justiça em um ambiente hostil. A série convida o público a refletir sobre um período icônico da história brasileira, celebrando a força e a resiliência de um povo.
Série Maria e o Cangaço se inspira em biografia que desmistifica a figura de Maria Bonita
A série se baseou no livro Maria Bonita: Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço, da jornalista Adriana Negreiros. Em entrevista à BBC News Brasil em 2018, a autora falou de suas descobertas sobre a icônica cangaceira, mostrando uma figura complexa, mas distante da imagem romantizada como muitas vezes é retratada.
Adriana, que sempre se interessou pelo cangaço e tem suas raízes no Nordeste (a autora é cearense) , decidiu escrever a biografia para dar voz às mulheres que participaram desse período: “Quis contar a história do cangaço da perspectiva das mulheres. Lampião é uma figura exuberante, mas tinha um monte de mulheres que participaram do cangaço e que foram totalmente ignoradas”, afirmou à BBC.
Em sua pesquisa, a autora descobriu que Maria Bonita, cujo nome de batismo era Maria Gomes de Oliveira, era uma mulher transgressora para sua época. “Era empoderada para seu tempo e para aquele lugar. Vivia no sertão, nos anos 1920. Era uma mulher casada, de quem se esperava obediência ao marido”, explicou. No entanto, Negreiros ressalta que Maria Bonita não pode ser considerada feminista, pois não tinha consciência política ou de gênero. “Era transgressora, à frente do seu tempo, mas não tinha consciência política, de gênero. Não se mostrava incomodada com a situação de opressão contra as mulheres”, disse à BBC.
A autora também desmistifica a imagem de que Lampião era só um Robin Hood do sertão, mostrando que ele era também aliado de grandes latifundiários e que os mais prejudicados eram os pobres. “Ele era aliado dos grandes latifundiários do Nordeste e era amigo de um interventor. O fato de ter passado impune tantos anos se deve à relação que tinha com o poder. Os grandes prejudicados eram os mais pobres”, afirmou Negreiros à BBC.
O livro e, provavelmente, a série, buscam apresentar uma visão mais realista do cangaço, mostrando a violência e a brutalidade que marcaram esse período. Negreiros espera que sua obra contribua para um maior conhecimento sobre a história do cangaço e seus personagens, sob uma perspectiva mais humanizada.
Elenco e direção que trazem experiência e talento
Maria e o Cangaço reúne um bom elenco para interpretar essas figuras históricas do cangaço. Isis Valverde interpreta Maria Bonita. Julio Andrade faz o papel de Lampião, o líder do bando. A série também conta com a participação de Rômulo Braga (Bacurau e O Som ao Redor), Thainá Duarte, Mohana Uchôa, Jorge Paz e Chandelly Braz completam o time, cada um trazendo sua própria bagagem para a interpretação desses personagens que habitaram o sertão.
A direção da série é de Letícia Prisco, Thiago Teitelroit, Sérgio Machado, Thalita Rebouças e Adrian Teijido. A equipe buscou construir uma narrativa que explorasse as relações e o contexto do cangaço, com uma direção que buscou transmitir a atmosfera e a complexidade do período histórico retratado.
A escolha do elenco e da equipe de direção mostra o cuidado da produção para retratar o cangaço com respeito. A série busca mostrar a diversidade de figuras que compunham o cangaço, desde os líderes carismáticos até os membros do bando e as mulheres que desafiaram as normas da época.
Revisitando a história com nova ótica
A história do cangaço é bastante conhecida no Brasil, mas Maria e o Cangaço fará o público revisitar esse período sob uma nova ótica. A série se baseia em pesquisas e estudos recentes e desmistifica bastante a figura de Maria Bonita e do próprio cangaço ao apresentar uma visão mais realista.
Maternidade em meio ao cangaço
A série também aborda o dilema da maternidade no cangaço. Maria Bonita, junto com outras mulheres do cangaço, enfrentou a escolha de ter filhos em um ambiente hostil. Veremos a prática comum de entregar os filhos para adoção, uma medida drástica para a sobrevivência em meio a fugas e confrontos.
Maria e o Cangaço nos mostra a importância de revisitar a história com novos olhares, explorando as complexidades dos personagens e o contexto social em que viviam, principalmente depois de novas pesquisas. A série deve contribuir para um maior conhecimento sobre o cangaço, incentivando o público a refletir sobre esse período da história brasileira.
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