Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Vigário Sarlen? - Por Sérgio Botelho

Há uma breve rua que fica entre a Visconde de Pelotas e a Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Vigário Sarlen? - Por Sérgio Botelho

Há uma breve rua que fica entre a Visconde de Pelotas e a Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa, que tem o nome de um certo Vigário Sarlen, de acordo com a forma grafada do nome, na urbe pessoense.

Trata-se do padre beneditino João Vaz Sarlem dos Santos, segundo grafia utilizada pelo historiador paraibano Irineu Pinto, em sua famosa e seminal obra historiográfica Datas e Notas para a História da Paraíba.

O mesmo padre também é dito como João Vaz Salém, no registro do “Livro do Tombo do Mosteyro de Sam Bento da Parahyba”, reproduzido pela Revista Ano II, Número III, do Arquivo Público de Pernambuco, datada de 1947, conforme citação no Breasilhis Database, e, enfim, como João Vaz Salem, sem o acento (certamente, atualizando a grafia), pelo Memória João Pessoa do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPB.

“Creação da freguezia de N. S. das Neves, da Capital, com a chegada do primeiro vigario que parece ter sido o P. João Vaz Sarlem dos Santos, possuidor de um sítio e casas, junto da matriz (!), as quais em 1599 se achavam confiscadas e em praça, por sentença Apostólica, proferida em Lisboa por Décio Caraffa, Collector Geral da Santa Sé, por abandono de seu emprego”, diz Irineu Pinto referindo-se ao ano de 1586, na cidade dedicada a Nossa Senhora das Neves.

Ou seja, Vigário Sarlem ou Sarlen ou Salém ou Salem teria sido o primeiro vigário da Freguesia de Nossa Senhora das Neves, chegado na sede da colônia portuguesa no ano seguinte ao da fundação da cidade.

O citado religioso teria falecido em 1599, justamente o ano em que suas terras, que iam até a Bica dos Milagres, na atual rua Augusto Simões, se encontravam “confiscadas e em praça”, ou seja, à venda.

Ao fim e ao cabo, elas foram incorporadas às posses do Mosteiro de São Bento, após arrematadas pela Câmara da Cidade de Filipeia de Nossa Senhora das Neves, ao tempo do capitão-mor Feliciano Coelho.

Sede da Academia Paraibana de Letras, na esquina da Duque de Caxias com a Vigário Sarlen.

Fonte; Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba

Sérgio Botelho

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.