BIOMETRIA PRECISA AVANÇAR, POR PAULO SANTOS

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Quando a Justiça Eleitoral anunciou que as velhas urnas de lona e as cédulas de papel seriam aposentadas, substituídas por engenhocas eletrônicas, o Brasil inteiro desconfiou do projeto e imaginou que seriam apenas mais um instrumento com fácil acesso dos políticos para manipulações.
Ledo engano. As urnas eletrônicas se tornaram um instrumento inexpugnável e que alçou o Brasil a um patamar de credibilidade, em termos de tecnologia, inigualável no mundo. Os demais países precisam se render a algo igual ou parecido se não quiserem ver seus processos eleitorais comparados a monumentos jurássicos.
A Justiça Eleitoral tem características próprias, que não são encontradas nos demais estamentos do arcabouço jurídico do Brasil. Um bom exemplo é a rotatividade nas suas cúpulas e, sobretudo, porque oxigena permanentemente seu corpo julgador. É um avanço diante das carcomidas estruturas dos TJs e dos TRTs da vida.
Como se já não bastasse ter avançado com o asvento da urna eletrônica, a Justiça Eleitoral deu mais alguns passos positivos quando rompeu novas barreiras tecnológicas e implantou o processo da biometria, valorizando as impressões digitais e não a baboseira cartorial que rege as eleições há décadas.
A biometria ainda não será total no país, nas eleições de 2014, mas já artingirá uma grande fatia do eleitorado, sobretudo nas Capitais e outras cidades de grande e médio portes. Como nem tudo é perfeito, a chegada da biometria ao eleitor tem sido dramática, de morada, mal estruturada e mal divulgada.
Tome-se nossas aldeias como exemplo. Foi relativamente fácil implantar em Pedras de Fogo e Cabedelo, com eleitorados pequenos e facilmente alcançados pelos veículos de comunicação. O mesmo não correr, agora, com João Pessoa e Campina Grande. O recadastramento caminha a passos de tartaruga.
O que estaria faltando para que essa maravilha tecnológica deslanche diante daqueles que decidirão as eleições em outubro do próximo ano? Não se acuse o Tribunal Regional Eleitoral de má vontade nem de incompetência. O que esse projeto se ressente, por aqui, é de algo a que a Justiça não está acostumada a fazer com eficiência: comunicação.
Mesmo com a assessoria de imprensa funcionando dentro das possibilidades, é impossível alcançar um grande contingente sem recorrer aos grandes veículos com peças institucionais, dignas daquela agilidade que o TER tem em divulgar notas antes e durante o período eleitoral.
Se o TRE não engendrar imediatamente uma campanha maciça de divulgação da biometria e correrá o risco de ser atropelado por uma enxurrada de eleitores desavisados e os muitos que deixam tudo para a última hora. É chegada a hora de convocar agências de publicidade e veículos de comunicação para um mutirão, digamos, de cidadania. Depois de tantos avanços, a Justiça Eleitoral não pode correr riscos de fiascos.