A alma do eleitor tem aspectos insondáveis até pelas pesquisas, mas os antecedentes não recomendam apostas num grande desgaste para a recandidatura da presidente Dilma em função dessas prisões. O estouro do escândalo, em 2005, não impediu a reeleição de Lula em 2006, nem que ele assegurasse a eleição de Dilma em 2010, após uma catilinária de quatro anos sobre o mensalão.
Dilma não é Lula, embora já não seja um poste. Calou-se sobre as prisões, coincidentes com seu momento de maior recuperação nas pesquisas depois das manifestações de junho. Mas seu problema tangível, hoje, não se relaciona com seu escasso DNA petista, mas com a economia, o baixo crescimento e a piora das contas públicas.
Com o indiscutível sucesso do leilão dos aeroportos de Confins e Galeão, ela lavrou um tento. Investimentos tão elevados, com ágios tão grandes, só acontecem quando existe confiança em um país. Mas os empresários continuam murmurando o “volta Lula”, agora com petistas magoados com a indiferença de Dilma e até de ministros petistas, como Cardozo, da Justiça, que só na segunda-feira falou sobre as irregularidades iniciais nas prisões do mensalão Tereza Cruvinel
Correio Braziliense