
Não, hoje não é 2 de novembro, Dia de Finados. Mas nesta manhã chuvosa deste sábado 15 de março de 2025, em João Pessoa, dedico algumas palavras a grandes nomes do rádio paraibano que já não estão entre nós. A maioria deles eu tive a honra de conhecer e de ser colega de trabalho na antiga Rádio Tabajara AM 1.110. Ouvi a Tabajara pela primeira fez nos anos 1960, com cerca de oito anos, em Nova Cruz-RN. Vinte anos depois me tornei estagiário. Aquele menino ouvinte se tornaria funcionário e um memorialista da antiga PRI-4. Coisas do destino que marcaram minha vida! Ao final deste texto, diversas fotografias que falam mais que palavras.
Hoje, com 35 anos de jornalismo e 12 livros publicados, acredito que de alguma forma contribuo com a memória do rádio, da imprensa paraibana, do Liceu Paraibano, do patrimônio ferroviário, dos governos da Paraíba, para citar algumas temáticas.
Voltemos ao tema central desta crônica. Ao longo da vida, quando familiares, amigos, colegas, partem, há um sentimento de perda, como se parte de nós também estivesse indo… Ao menos comigo acontece assim. No caso dos radialistas Carlos Antonio, Airton José, Ana Paula, Jadir Camargo, Spencer hartmann, Ernai Norat, senti bastante. Falarei mais sobre esse sentimento na homenagem que farei outro dia a jornalistas falecidos.
No ciclo da vida pessoas constroem legados, umas partem mais cedo, outras na meia idade e há as pessoas que atingem a longevidade. Hoje dedico essa postagem à memória de muitos nomes da antiga Rádio Tabajara.
A vida aqui termina com a páscoa, a nossa passagem para a dimensão espiritual. Um dia chegará a minha páscoa, a sua, é assim o ciclo da existência aqui no planeta Terra.
Quando eu ingressei como estagiário na Rádio Tabajara aos 2 de janeiro de 1989, portanto há 35 anos, conheci e passei a trabalhar com grandes nomes da radiofonia paraibana. Fui repórter de carteira assinada até meados de 2017, quando pedi demissão para ser nomeado em concurso público estadual da Secretaria da Administração Penitenciária. Desde então também sou policial penal.
Vou citar aqui os profissionais que entrevistei para os meus livros Tabajara – 65 anos – a Rádio da Paraíba (2002) e Rádio Tabajara – Patrimônio Cultural da Paraíba (2017), respectivamente lançados na emissora e na Assembleia Legislativa da Paraíba, este último por ocasião dos 80 anos da emissora.
Pois bem, conheci boa parte desses profissionais, passei a trabalhar com eles e ao longo dos anos foram sendo chamados para a vida espiritual. E qualquer dia irei também.
Carlos Antonio, o locutor do programa Show das Treze. Nos tornamos amigos. Um caráter incrível! O comentarista esportivo Ivan Bezerra, e para citar mais gente da equipe esportiva: Geraldo Cavalcanti, João de Sousa, Lula Rodrigues, Walter Farias, José Maria Fontenelli, Hernani Hardmann Norat (um grande plantonista esportivo), Fernando Heleno, Ivan Thomaz, Hermes Taurino, Paulo Costa, que dirigiu a emissora. Os repórteres da área policial Jota Batista e Carlos Vasconcelos.
No campo da música: o maestro Severino Araújo – o entrevistei em uma das vindas a João Pessoa para um dos bailes da Orquestra Tabajara no Clube Cabo Branco nos anos 1990. O maestro Mocyr dos Santos, em uma das vindas dos Estados Unidos. Quem me avisou foi o jornalista Sílvio Osias. O cantor Ruy de Assis – veio de Recife para a entrevista. O compositor e cantor Zé Pequeno, o criador do Trio Jaçanã. O poeta repentista Otacílio Batista. Na pesquisa para o livro tive a oportunidade de conhecer a acordeonista Mércia Paiva, foi uma entrevista inesquecível, à época, uma senhora idosa e muito simpática.
Os irmãos Jacy e Jonildo Cavalcanti. A locutora noticiarista Ana Paula, uma das mais belas vozes do rádio. Os locutores Airton José, o Bolinha. Jadir Camargo; a repórter Sandra Bárcia. O radialista Paulo Costa, que dirigiu a Tabajara. O locutor Walter Lins fui entrevistá-lo em Recife, na Rádio Clube. Um outro grande nome do rádio: Spencer Hartmann, que por muitos anos produziu e apresentou o programa E por falar em saudade… O locutor noticiarista Walter Cartaxo. Na fase das entrevistas também conheci o cantor Jorge Tavares, gravei com ele na própria emissora. Na sua carreira artística ficou conhecido como ‘o cantor Palmolive’ por ser o garoto propaganda do sabonete. O lucutor Humberto Rabelo, conterrâneo do então locutor Humberto Lucena, nos anos 1940, também me concedeu entrevista.
Ainda conheci e entrevistei para o primeiro livro, Francisco Ramalho, que produzia programas nos anos 1960. Tempos depois já atuando na Secretaria de Comunicação do Governo – à disposição, cedido pela Tabajara – conheci o jornalista, humorista e multimídia Cristovam Tadeu. Fernando Rodrigues (Fernando Sapé) foi quem me abriu as portas na Tabajara, sempre sou grato. Hermano Ponce era diretor operacional. Coelho Neto, excelente redator.
Ouvir pessoalmente as vozes poderosas de Jadir Camargo, Walter Cartaxo, Ana Paula, Airton José, Carlos Antonio, Geraldo Cavalcanti, Ivan Bezerra, Sandra Bárcia, Walter Lins, Spencer Hartmann, Ernani Norat, Paulo Costa, foi um privilégio. Felizmente, algumas das entrevistas tenho em CD e pen drive.
Essas pessoas foram gigantes no rádio. Deram o seu recado, cumpriram a missão e já não estão na vida aqui no planeta. A eles e elas, minha reverência, o meu até um dia, quando o Criador me chamar. Pode ser hoje, amanhã, porém, me permita Senhor, mais um tempo.
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