Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Avenida José Américo de Almeida ou Beira Rio - Por Sérgio Botelho

Nesta série de posts que venho publicando sobre nomes populares que se sobrepõem aos oficiais, em logradouros da cidade

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Avenida José Américo de Almeida ou Beira Rio - Por Sérgio Botelho

Nesta série de posts que venho publicando sobre nomes populares que se sobrepõem aos oficiais, em logradouros da cidade, exemplo marcante é o da Avenida José Américo de Almeida, que homenageia figura importante da história paraibana no século XX.

Apesar do batismo oficial, a avenida é mais conhecida pelo povo pessoense como Beira Rio. A explicação para a preferência popular é simples: em grande parte de sua extensão, a avenida corre paralela ao Rio Jaguaribe, o que originou o nome informal.

A força da relação é tão grande que, na prática, Beira Rio é a denominação mais amplamente utilizada, pela população, e até já adotada pelo internacional Google, que reconhece ambas as nomenclaturas em buscas efetuadas no Maps. José Américo de Almeida, natural de Areia, governou a Paraíba em duas ocasiões.

A primeira foi logo após a Revolução de 1930, da qual foi um dos protagonistas, assumindo o cargo de interventor estadual, antes de deixar o governo para se tornar Ministro da Viação no governo revolucionário de Getúlio Vargas. A segunda ocorreu em 1950, quando foi eleito governador, embora, mais uma vez, tenha deixado o cargo para reassumir o Ministério da Viação no novo governo de Vargas.

Além da política, José Américo destacou-se na literatura, sendo autor de obras como A Bagaceira, considerada por muitos como seminal do que se convencionou chamar de literatura regionalista.

A avenida foi construída na década de 1970 como parte do esforço para melhorar o tráfego da cidade rumo à orla marítima, paralela a outras que cumprem esse papel, com destaque para a pioneira Avenida Epitácio Pessoa, que sempre foi a principal via de ligação entre o centro e o litoral.

Ao fim e ao cabo, a mais importante marca identificadora da Beira Rio ficou sendo mesmo sua relação com o icônico – e maltratado – Rio Jaguaribe, que placidamente corre em seu leito natural desde muito antes de João Pessoa se tornar cidade.

Trecho da Beira Rio já vizinho do rio Jaguaribe

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba

Sérgio Botelho

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.