A área de clubes sociais de João Pessoa já foi uma das principais formas de expressão paraibana. Isso se deu às inúmeras festas, campeonatos e apresentações, que marcaram a história da nossa população.
Essa força de outrora acabou sendo engolida a partir da década de 90, deixando toda uma clientela órfã daqueles estabelecimentos.
ASTRÉA
Considerado por muitos o maior de todos, em uma disputa sadia contra o Cabo Branco, o Astréa foi fundado em 1886, sediando momentos importantes para a capital.
A primeira sede do clube foi na Rua Duque de Caxias, número 77, em um sobrado que pertencia à família do poeta Augusto dos Anjos. Atualmente, o edifício tem o número 242 e não foi tombado pelo patrimônio histórico, antes de ter a fachada alterada.
Além deste endereço, o Astréa passou por um palacete no bairro do Tambiá e pela sede moderna, no mesmo bairro, onde funcionou até o encerramento das atividades, no começo da década de 1990.
Os bailes do clube, que eram realizados em diversas datas durante o ano, além do 5 de agosto, reuniam membros das elites paraibanas, como explica o historiador George Henrique.
“O Astréa era o equivalente paraibano dos clubes sociais da elite de outros centros urbanos do país, importantes espaços sociais nas primeiras décadas do século 20, a exemplo do SPAC (São Paulo Athletic Club) de Charles Miller, do Club Athletico Paulistano, do Club Náutico Capibaribe (Pernambuco) e no Rio de Janeiro do Fluminense Football Club. Todos estes clubes citados acima foram fundados e frequentados por gente da elite”, diz o historiador.
No Carnaval, por exemplo, o Astréa chegou a realizar banhos à fantasia, que consistiam em concursos do melhor traje, cujos desfiles aconteciam ao redor da piscina do clube, além das matinês para os mais jovens. A festa era um dos mais famosas da Paraíba.
O local onde o Astréa funcionou hoje permanece praticamente abandonado e não se sabe qual o futuro para a sede de um clube tão importante para a Paraíba.
JANGADA CLUBE
O jornalista Kubitschek Pinheiro publicou na última semana, um vídeo anunciando a demolição do histórico Jangada Clube, na região da praia do Cabo Branco.
Meca da alta sociedade paraibana nos anos 70, quando concentrava os grandes eventos sociais da cidade, o Jangada Clube, o Jangada foi por muito tempo a sede do Salão de Artesanato da Paraíba.
Nos últimos anos o clube foi ponto central de uma briga entre os antigos sócios acerca da briga do terreno.
Alguns dos sócios acionaram a Justiça alegando que o clube teria sido vendido irregularmente para ser destinado à construção civil.
O imbróglio envolvia um montante de mais de 22 milhões de reais e a última notícia veiculada na imprensa dizia que o Desembargador Leandro dos Santos, havia anulado a venda do Jangada.
ASSEX
O ASSEX, nomenclatura para a Associação dos Subtenentes e Sargentos do Exército, foi por muito tempo, um dos maiores clubes sociais da Capital.
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Com suas atenções voltadas para a área esportiva e de shows, o ASSEX já abrigou grandes artistas nacionais e campeonatos paraibanos de futsal.
A venda do clube foi motivo de polêmica, pois o Tribunal de Contas verificou flagrante ilicitude, face ao desvirtuamento da finalidade que motivara, décadas atrás, a doação governamental ao clube, o que ensejou imediatas providências no sentido da preservação do patrimônio público, culminando em imediata desapropriação da área, pelo Governo do Estado, em atendimento ao clamor do Tribunal de Contas.
HOJE EM DIA
O local que abrigava o ASSEX se tornou o Centro Cultural Ariano Suassuna.
Vinculado ao Tribunal de Contas, o Centro é uma referência nacional, sendo procurado constantemente pelas mais diversas entidades públicas e privadas para a realização de eventos múltiplos.
IATE CLUBE
Essa foto não é do famoso Iate Clube, pois infelizmente não foi possível achar uma imagem do Iate nas nossas pesquisas.
O local que um dia abrigou grandes festas da nossa sociedade, dentre eles o famoso réveillon, que por muito tempo foi o maior da Capital, hoje é a sede do Oceana Atlântico Hotel no Bessa.
Mais de um processo por dívidas trabalhistas levaram a sede do Iate Clube da Paraíba a ser ofertada em leilões do Tribunal Regional do Trabalho, entretanto negociações e pagamentos retiraram o bem dos leilões.
Mas o clube não aguentou essa sequência de processos, sendo posto à leilão e vendido em 2010.
CLUBE DAS VOLUNTÁRIAS
Fundada em 1953, pela então primeira-dama da Paraíba, Alice de Almeida, esposa do governador José Américo de Almeida, à época, a Organização das Voluntárias, na vistosa avenida João Machado, número 309, se dedicou por décadas a projetos voltados ao apoio a famílias em situação de vulnerabilidade, incluindo distribuição de alimentos, roupas e outros itens de necessidade básica.
Para isso, costumava realizar eventos como casamentos, festas de debutantes e formaturas, onde eram coletados donativos para distribuição nas regiões mais carentes da cidade, na forma de contribuições financeiras, alimentos, roupas, brinquedos e outros itens.
A organização também desempenhou papel importante na área da saúde, promovendo campanhas de prevenção e conscientização sobre doenças.
Ainda na área de saúde, empreendeu histórica jornada em favor da criação de um banco de sangue, no HPS, que teve a participação do Distrito das Bandeirantes, ligado ao movimento escoteiro feminino.
Mesmo depois que José Américo deixou o governo, a Organização das Voluntárias prosseguiu bastante ativa em seu trabalho assistencial, parte desse tempo em parceria com a Igreja Católica e com a Universidade Federal da Paraíba.
HOJE EM DIA
A organização continuava a funcionar até a década passada, realizando festas e às suas famosas doações.
O local infelizmente se encontra abandonado, tomado por lixo, coisa que nunca fez parte de um local tão bem cuidado e histórico como o Clube das Voluntárias.
Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba
