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POLÊMICA: Queiroga diz que houve “fritura” de ex-ministra pelo governo Lula

Embora apontasse que há “buracos” na Saúde na gestão atual e que o governo de Lula está perdido, Queiroga fez referências elogiosas à capacidade técnica da ex-ministra.

Foto: TV Arapuan
Foto: TV Arapuan

O novo presidente do diretório estadual do PL (Partido Liberal) na Paraíba, Marcelo Queiroga, reagiu, ontem, à forma como o governo do presidente Lula exonerou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, considerando que houve “fritura” da ex-ministra e falta de maior consideração para com ela.

Embora apontasse que há “buracos” na Saúde na gestão atual e que o governo de Lula está perdido, Queiroga fez referências elogiosas à capacidade técnica da ex-ministra. Lembrou que na sua gestão como titular da Saúde no governo de Jair Bolsonaro, Nísia foi presidente da Fundação Oswaldo Cruz e demonstrou qualificação. “Mas a verdade é que o governo atual está sem rumo”, comentou ele, falando à rádio Arapuan.

O anúncio da demissão de Nísia Trindade ocorreu horas depois de ela participar de um evento no Palácio do Planalto com o presidente da República. Por isso mesmo, surpreendeu e constrangeu a equipe do ministério. O “Poder360” informa que a cúpula do órgão esperava que a oficialização da troca ficaria para hoje, quando a agora ministra vai reunir sua equipe para se despedir. No fim da tarde de ontem, Alexandre Padilha (PT) foi confirmado na Saúde. Na manhã do mesmo dia, entretanto, Nísia e

Lula anunciaram um acordo para a produção em larga escala da primeira vacina 100% nacional e de dose única contra a dengue. Depois do evento, o presidente silenciou ao ser questionado sobre uma possível saída da ministra da Saúde. Um jornalista insistiu na pergunta mas o chefe do Executivo não respondeu.

Ao fundo, foi possível ouvir a primeira-dama Janja Lula da Silva dizendo “que coisa feia. Pega um microfone”. Por volta das 1430h, Nísia foi até o Palácio do Planalto para um último despacho com o petista. Um dos motivos para a queda da titular da Saúde seria a má gestão de imunizantes contra a dengue e covid-19, além do interesse do Centrão de comandar parte do grande orçamento do ministério, o que seria facilitado com Padilha. Lula postou nas redes sociais fotos sobre o encontro realizado pela manhã.

As publicações podem ser vistas como uma tentativa de desviar a atenção sobre as especulações de demissão. A ministra saiu do gabinete presidencial e entrou seu futuro substituto, Alexandre Padilha, para acertar a troca com o presidente. Nísia Trindade esteve à frente do ministério desde 2023, com o início da terceira administração de Lula.

Foi escolhida pelo presidente por sua atuação na presidência da Fiocruz de 2017 a 2022, apoiada por Roberto Kalil Filho, médico pessoal do petista e por Alexandre Padilha. Ela é a terceira mulher substituída por homem no ministério de Lula. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, escreveu em seu perfil oficial no “X” (ex-Twitter) que Nísia Trindade “será reconhecida pelo trabalho que realizou, com sua equipe, na reconstrução do Ministério da Saúde”.

Gleisi afirmou que a pasta foi “provavelmente a mais atingida pela destruição no desgoverno anterior”, referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo a congressista, isso “só ressalta o esforço desenvolvido nestes dois anos de governo para devolver à população o direito à assistência, às vacinas, à atenção básica eespecialidades”.

Nonato Guedes