Projeto de Lei

Lei anti-Oruam: vereador Milanez Neto propõe proibição de shows com apologia ao crime em João Pessoa

Oruam e Milanez
Oruam e Milanez e Neto - Foto: Edição Polêmica Paraíba

João Pessoa - O vereador Milanez Neto protocolou um projeto de lei na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) com o objetivo de proibir o uso de recursos públicos para apoiar shows e eventos que incentivem ou glorifiquem o crime. A proposta, registrada em 6 de fevereiro, está em análise na Casa e segue a linha de legislações semelhantes já discutidas em São Paulo, como a chamada “Lei Anti-Oruam”.

Nesta terça-feira (5), durante sessão ordinária, Milanez criticou eventos que, segundo ele, exaltam o tráfico de drogas e facções criminosas.

Não dá mais para aceitar festas promovidas pelo poder público, regadas a drogas e que celebram criminosos. O dinheiro público deve ser investido em cultura, não em criminalidade”, declarou o parlamentar.

O que diz o Projeto de Lei?

O PLO 4/2025 foi apresentado no dia 6 de fevereiro e propõe a proibição patrocínio pela administração pública municipal a shows e eventos culturais que façam apologia ao crime, especialmente ao crime organizado.

O projeto aponta como apologia ao crime:

  • Exalte ou glorifique facções criminosas, grupos armados ilegais ou organizações criminosas;
  • Incentive a prática de atos ilícitos, incluindo o tráfico de drogas, o porte ilegal de armas e outros delitos previstos na legislação penal;
  • Contenha letras, mensagens ou representações visuais que promovam ou estimulem a violência, o desrespeito às autoridades ou a corrupção.

Em caso de descumprimento, o projeto determina:

  • Anulação do apoio ou patrocínio concedido;
  • Imposição de sanções administrativas aos agentes públicos responsáveis pela concessão do apoio, nos termos da legislação vigente;
  • Inclusão dos beneficiários do patrocínio em cadastro de impedidos de receber apoio financeiro do Município por um período de até 5 (cinco) anos.

Inspiração em São Paulo

O projeto de Milanez Neto é baseado na chamada “Lei Anti-Oruam”, que recebeu esse nome em referência ao rapper Oruam, cujos shows foram cancelados devido à repercussão de suas letras associadas ao crime organizado.

O artista é filho de Marcinho VP, apontado pelo Ministério Público como um dos líderes do tráfico de drogas no país.