O que tem chamado atenção nos últimos dias é o fato de que estamos observando um desmoronamento estrutural do Partido dos Trabalhadores em relação a sua participação nas principais discussões do País, mesmo estando no Poder. Vemos uma agremiação acéfala, que parece estar definhando em seu protagonismo, como se o masoquismo tivesse irradiado a toda sua cúpula.
Onde estão os protagonistas históricos do partido que antes tomavam conta dos Estados e convocavam as militâncias? Hoje, depois que voltaram ao poder, se enclausuraram dentro dos gabinetes e resolveram se agachar ao Centrão, transparecendo que perderam as batalhas.
Onde está aquele PT altivo dos tempos áureos dos “caras pintadas”, dos grandes movimentos sociais? Porque só para se ter uma ideia da situação pela qual passa o partido, não há qualquer indício de articulação política do PT visando as eleições de 2026 na Paraíba, sequer têm feito discussões internas relevantes; e tudo isso devido a inoperância dos que comandam a sigla.
Aliás, atualmente, nas discussões para a sucessão governamental na Paraíba, o PT está totalmente fora de qualquer cogitação de indicação, pois tudo está centrado no PSB, PP e Republicanos, o que é péssimo para um partido que tem um Presidente da República no poder.
Outro ponto de enfraquecimento do PT a preço de hoje, é o que está acontecendo em relação à escolha do futuro líder do governo na Câmara Federal, sendo quase tudo certo para ser o paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP). Do ponto de vista político, a estratégia está correta, porém, tratando-se de um grande partido como o PT, é lamentável. Tudo isso são sintomas de uma legenda, cada vez mais fragilizada.
Infelizmente, aos olhares dos que estão só acompanhando as movimentações, seja até fácil compreender que está havendo grandes contendas dentro do próprio partido e isso tem levado o PT quase que à bancarrota, e o pior, estão escondendo da sociedade os principais acontecimentos internos.
Como sabemos, as discussões no Partido dos Trabalhadores, mesmo sendo acaloradas, sempre foram em busca de desenvolver uma política voltada para uma população mais vulnerável, mas parece que houve uma estagnação sepulcral. Não se vê no partido um diálogo sobre renovação ou inovação, preferindo continuar dependendo da velha guarda, como Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias, José Guimarães, Luiz Couto, Marcelo Déda, Paulo Pimenta, Marta Suplicy, entre outros.
Enquanto isso, até mesmo àqueles aliados mais próximos como o PSB, já apresentam inovações com figuras que vêm se destacando em nível nacional, tais como: João Campos, prefeito do Recife e Tábata Amaral, deputada federal por São Paulo, pois estão a todo momento realizando os grandes debates que vêm acontecendo no país.
Mas, o que de fato chamou atenção para acender a “luz vermelha” no Palácio do Planalto foi o que aconteceu na semana passada quando o jovem deputado federal por Minas Gerais, Nikolas Ferreira (PL), usou as redes sociais e trouxe à baila a questão do pix. Com sua influência digital e com o incentivo dos algoritmos, conseguiu mobilizar uma legião de seguidores. Ainda que a notícia fosse duvidosa, o deputado chegou a pressionar o governo a ponto de que ele cedesse à pressão popular e desistisse da medida adotada que era sobre o monitoramento do Pix e dos cartões de créditos. Está aí a prova cabal da necessidade urgente de que o Partido dos Trabalhadores realize mobilizações em todo o País para dar uma mexida na sua estrutura política e discuta qual seu papel diante de uma sociedade cada vez mais conectada com as redes sociais.
Será que o partido vai continuar optando por personagens que além de não ter conteúdo, não sabe se comunicar com a população? Uma cartada excelente poderia ser um convite de filiação ao jovem João Campos, prefeito do Recife. Hoje, João é o mais preparado agente público de esquerda para enfrentar a direita no Brasil, possui imagem, capacidade aglutinativa, jovialidade e é altamente conectado com as redes sociais. Vale dizer que ainda que João não tenha a idade constitucional para ser Presidente nas eleições de 2026, a imagem de João Campos por si só reflete a inovação que o PT precisa neste momento.
Como diz o próprio Geraldo Vandré com o seu jargão musical: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Ainda há tempo suficiente para que o Partido dos Trabalhadores volte a impor seu respeito e consiga encontrar seu caminho de vitória assim como aconteceu com o presidente Lula na última eleição.
Se quiser vencer novamente, tem que inovar, do contrário, estará fadado a uma derrota em 2026 e desaparecerá definitivamente. Acorda PT!
Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba