Não há data precisa para marcar a origem do frevo, mas há um consenso de que sua fonte de vida foi o Recife, entre o final do Século XIX e início do XX. Consta que existem digitais muito fortes de ex-escravos em disputa com bandas militares, à época.
Contudo, segundo é corrente entre os estudiosos da música pernambucana, o termo frevo teria sido citado na imprensa em 1907, e em 1922 Nelson Ferreira gravou o primeiro deles, sucesso até hoje, com o título Borboleta não é Ave.
Em João Pessoa (esse já era o nome da cidade), o frevo ganhou as ruas no carnaval de 1932, sob os acordes dos Batutas de Jaguaribe, iniciativa do irrequieto e criativo Oliver Von Sohsten, um holandês, empresário e músico cuja história se mistura com a da cultura pessoense.
Têm a participação dele a criação da Rádio Clube da Paraíba, do citado Batutas de Jaguaribe, da Rádio Tabajara e da Orquestra Tabajara, entre outras iniciativas culturais. Quatro anos depois de o frevo tomar as ruas, matéria editorial de A União (sem assinatura) atestava o fato: “O nosso carnaval de rua, até poucos anos atrás, ressentia-se da animação do “frevo”.
A multidão ficava à margem, espiando, sem grandes estremecimentos o desfile do corso, clubes e cordões. ou achando graça nos mascarados que soltavam piadas. (…) No carnaval de 1932, Oliver preparou uma surpresa maior para a cidade: no sábado gordo, à frente dos Batutas de Jaguaribe, (que eram batutas mesmo), conseguiu introduzir, definitivamente, o “passo”, arrastando milhares de pessoas ao som de marchas loucas da época.”
Quatro anos depois, no Carnaval de 1936, numa quinta-feira, 20 de fevereiro, anterior ao Sábado de Carnaval, saiu às ruas uma tal Marcha Democrática, animada pelo frevo, com “dez mil pessoas, ao som de uma dezena de boas orquestras”, quando “invadiram o centro da cidade {das Trincheiras ao Cruzeiro de São Francisco}, no requebro do ‘passo’, o que constituiu um fato inédito na história do carnaval paraibano. Foi uma loucura”, contava A União de 22 de fevereiro daquele ano.
O frevo acabava de encontrar uma nova expressão nas ruas de João Pessoa.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba