No ano de 1936, em que os dirigentes do Esporte Clube Cabo Branco e do Clube dos Diários ensaiaram as pazes, o Astrea inaugurou sua suntuosa sede na atual avenida Monsenhor Walfredo Leal.
O clube havia comprado uma mansão pertencente a Antônio Murilo de Souza Lemos, que depois foi residir em Salvador-Bahia. Da mesma forma que o prédio do Clube dos Diários, a nova sede do Astrea era considerada na ordem dos palacetes, e, durante muito tempo, o tratamento Palacete de Tambiá assumiu o significado do próprio clube, no noticiário normal da mídia da época.
O novo espaço foi inaugurado num sábado de Carnaval, em 22 de fevereiro de 1936, com exigência de traje rigor para os homens, que poderiam vestir “smoking ou branco”, enquanto as “senhorinhas, além dos vestidos de baile, fantasiadas de acordo com o significado do acontecimento”. (Por sinal, no mesmo sábado o Clube dos Diários oferecia um baile noturno com exigências semelhantes, era assim).
Um dia antes, as portas do novo Astrea foram abertas para visita oficial do interventor Argemiro de Figueiredo, acompanhado de todo o seu staff, com cobertura ampla de A União.
O Astrea é o clube mais antigo da cidade, tendo sido fundado em 1886, funcionando, então, na Duque de Caxias, em prédio atualmente descaracterizado por completo, o de número 242.
No período imediatamente anterior à Proclamação da República, sediou reuniões de republicanos, que, em atividade na cidade de Parahyba, não eram muitos.
O Astrea seguiu com força total até a década de 1970, reunindo muita juventude em suas matinês dançantes, nas festas de São Pedro, nos shows de artistas nacionais consagrados (produzidos pelo saudoso Carlos Aranha), no tradicional baile pré-carnavalesco Azul e Branco, e para a prática de esportes.
Hoje, faz parte do inconsciente coletivo pessoense, simbolizado por uma sede aparentando descaso com sua manutenção, no mesmo lugar em que existiu o Palacete de Tambiá.
Foto do Palacete de Tambiá (na inauguração), em A União.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba