O palacete da foto, em esquina das ruas Peregrino de Carvalho e Duque de Caxias, no Centro Histórico de João Pessoa, foi inaugurado, com muita pompa, em 19 de janeiro de 1926 (portanto, prestes a completar 100 anos), na então cidade da Parahyba.
A data coincidiu com a do aniversário do então presidente do Estado da Parahyba do Norte, João Suassuna, com direito a aposição de seu retrato e saudações entusiásticas promovidas pelos presentes. Ele sediou, primeiro, o Clube dos Diários, e na sequência, o Esporte Clube Cabo Branco.
O acontecimento foi marcado por uma “’soirée’ de gala”, que contou “com todos os requisitos de brilho, característicos das grandes festas sociais da cidade”, segundo a diretoria prometeu e cumpriu.
O agrônomo João Maurício de Medeiros (que dá nome à primeira avenida de Manaíra), então diretor do Serviço de Agricultura e Industria Pastoril, e que menos de um mês depois seria nomeado prefeito da capital, por Suassuna, foi o primeiro presidente do Clube dos Diários, naquele momento, tão festivamente instalado.
O novo clube havia sido fundado em 12 de maio do ano anterior, como racha do Esporte Clube Cabo Branco (criado em 1915), cuja sede existia em Jaguaribe. (Na segunda metade da década de 1930, os dois grupos voltaram a se unir, e no epílogo da história terminou tudo Cabo Branco).
O prédio tomou o lugar de um sobrado que havia no local, aproveitando-lhe paredes, sob a responsabilidade do requisitado mestre de Obras, Antônio Gama, fiscalização técnica de Mariano Falcão, atendendo projeto de José Gomes Coêlho. “… a alludida construcção, com a pureza e harmonia de suas linhas, as numerosas janellas rasgadas de alto a baixo como convêm ao clima tropical, apresenta um rosto architetonico de grande realce. Constitue mesmo um ornamento ao systema de edificações da Parahyba o amplo e imponente palacete que ostenta ainda um maior effeito à noite, com o fulgor de sua illuminação interna”, descreveu posteriormente A União.
Que o futuro seja generoso e permita que esse símbolo de nossa memória ressurja como espaço vivo, preservando sua importância para as novas gerações.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba