Fiquei surpreso quando tomei conhecimento das exclusões de Nacional e Esporte, ambos da cidade de Patos, fora do Campeonato Paraibano 2014. A priori pensei ser uma pegadinha. Quando fiquei sabendo da verdade, lamentei e imputei responsabilidade ao comando do nosso futebol que pouco se “lixa” para esse tipo de decisão.
Patos é tradição no futebol paraibano. Em hipótese nenhuma deveria deixar de estar presente numa competição promovida pela FPF, pelo que alega: “Falta de incentivo”. O desportista patoense sempre apoiou irrestritamente seus representantes no futebol profissional e não seria agora, ano da Copa do Mundo, que ambos os clubes desistiriam.
Entendo que uma Federação, aquela que zela pelos seus filiados, que luta, procura incentivo, parceiros investidores e outros meios de apoio, não aceita passivamente a renúncia de duas tradicionais agremiações e, acima de tudo, ainda ameaça de exclusão da 1ª Divisão em 2015, prova de não aceitar a decisão de Nacional e Esporte em não disputar o Campeonato.
Nacional faz parte da história do futebol paraibano. É um clube detentor de um título estadual no ano em que pela primeira vez a TV mostrou a competição para o Brasil e abriu canal para vários países. O ano de 2007 está cravado na vida e lembranças de um clube que honrou a tradição sertaneja elevando o nome de sua cidade para o mundo.
Sou testemunho do fato, pois estava presente no dia em que o Nacional conquistou o titulo estadual diante do Atlético Cajazeirense no estádio José Cavalcanti, em Patos, e guardo com muito carinho o DVD do primeiro ao último minuto do jogo. Assim sendo, clube dessa grandeza não pode ficar fora sem antes ter sido feito todo esforço pela sua permanência.
O Esporte também é tradição. O “Touro do Sertão”, ou “Patinho Sertanejo”, como chamam seus torcedores, sempre foi um clube respeitado, admirado e detentor de memoráveis resultados dentro das quaro linhas do campo, como não poderia deixar de citar sua inflamada e vibrante torcida fazendo a diferença em jogos no JC, em Patos.
Esses dois clubes, senhores dirigentes do nosso futebol, representam dignamente uma cidade, um povo, uma região, e merecem mais respeito, consideração e apoio. O patoense sempre deu a sua colaboração comparecendo a campo, incentivando seu representante. Falta, ou faltou, a FPF mais habilidade administrativa para evitar esse “desastre esportivo”.
No Rio de Janeiro se o Vasco, Flamengo, Fluminense ou Botafogo ameaçam uma tomada de posição tal qual tomada por Nacional e Esporte, a FCF entra em cena e “apaga o fogo” rapidamente. Em São Paulo já tivemos exemplos com Corinthians, São Paulo, Santos, Palmeiras que receberam ajuda financeira da FPF em situações semelhantes.
O nosso futebol em 2014, para quem sempre cobriu profissionalmente pelas emissoras de rádio, Patos não vai mais poder oferecer a excelente condição de receptividade do seu povo, sempre amigo e hospitaleiro. Lamento. Vamos ter que convier com esse hiato de viagem, passando em Patos, apenas por passar, sem poder ficar por um dia.