Desde 1826, existiram inúmeros presidentes da Câmara dos Deputados, dentre eles, alguns paraibanos que assumiram o cargo. Assim, tivemos como primeiro representante do estado, Samuel Vital Duarte, que no período de 1947 a 1949, esteve a frente da função. Posteriormente, Efraim Morais liderou a casa entre 2002 a 2003.
A partir disso, a expectativa é de que tenhamos mais um nome para integrar a alta cúpula da Câmara, sendo este, o Deputado Hugo Motta (Republicanos). Dessa forma, o pessoense é o favorito na disputa pela presidência do legislativo.
Últimos paraibanos presidentes da Câmara
- Samuel Vital Duarte (1947 a 1949)
Natural de Alagoa Nova, brejo paraibano, Samuel Vital Duarte, há cerca de 78 anos, conseguiu somar votos o suficiente para ser eleito presidente da Câmara.
Naquele tempo, a casa legislativa estava passando por um momento de impasse, já que não havia consenso entre as bancadas de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul até a chegada do paraibano.
Inserido nesse contexto, em dezembro de 1945, por meio da redemocratização do país, se elegeu Deputado à Assembleia Nacional Constituinte pela Paraíba. No ano seguinte, assumiu sua cadeira, onde participou dos trabalhos constituintes, e após a promulgação da Nova Carta, (18/9/1946), passou a exercer o mandato ordinário.
No decorrer desta legislatura, esteve a frente da Comissão de Constituição e Justiça, sendo o relator do projeto de estatuto dos funcionários públicos e civis da união. Por fim, em março de 1947, assumiu a presidência da Câmara dos Deputados.
- Efraim Morais (2002 a 2003)
Ex-deputado federal e senador, Efraim Morais, após renúncia de seu antecessor, Aécio Neves, assumiu o cargo de presidente da casa. Porém, a ação ocorreu de maneira interina, já que esteve na função durante dois meses (17 de dezembro de 2002 até 1º de fevereiro de 2003).
Apesar de curto, seu mandato é considerado marcante, afinal, empossou o presidente Lula em seu primeiro mandato, no dia 1º de janeiro de 2003.
O que esperar de Hugo Motta
Até o momento, Hugo Motta já conta com o apoio de mais de 429 deputados, o que indica uma provável eleição para a presidência da Câmara. Ao unir tanto esquerda, como direita, o paraibano promete ser um “presidente atuante”.
Com isso, seus colegas mais próximos o descrevem como um deputado “sereno e leve”, com a capacidade de proporcionar consensos. Porém, essa sua pré-disposição deve ser testa já em fevereiro, quando será definido o próximo dirigente da casa.
Por outro lado, o próximo nome a frente do legislativo, terá, entre outros desafios, a tarefa de conciliar temas prioritários para as legendas. Por exemplo, o pacote antiativismo judicial, que tem como objetivo limitar a interferência do judiciários nos demais poderes, drogas, aborto, etc.
Entretanto, o líder da bancada do PT na Câmara, Odair Cunha (PT), de Minas Gerais, recordou que os demais candidatos à sucessão de Arthur Lira estiveram com os deputados, mas, no final das contas, a decisão é apoiar Motta.
“Ele está preparado para continuar um trabalho de representação, trabalho que dialogue com as preocupações do povo brasileiro em torno de temas que nós julgamos importantes e o funcionamento democrático desta casa legislativa tão importante”, disse.
De acordo com o cientista político, Elton Gomes, a clara unanimidade sobre a candidatura de Motta, neste momento, aponta para a necessidade de consenso no sistema político. Em suma, há uma busca por uma maior estabilidade diante da hiperpolarização.
“Apesar desse apoio quase unânime, Motta vai precisar encontrar estratégias para poder lidar com as tensões entre os grupos aguerridos, mais ideologicamente posicionados dentro do Congresso”, alerta Gomes.
Em seu pronunciamento, Hugo, desde o lançamento oficial de sua candidatura, já declarou que irá buscar “uma presidência que venha a ter convergência”. Além disso, que represente “os anseios da casa”.