O PT deve reeleger hoje o deputado estadual de São Paulo Rui Falcão como presidente nacional da sigla. Ele continuará à frente do partido pelos próximos quatro anos e vai coordenar a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, em 2014.
O paulista tem cinco concorrentes na disputa interna, chamada de PED (Processo de Eleições Diretas), mas é o candidato do grupo majoritário da legenda e tem o apoio de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O dirigente já vem se ocupando da pré-campanha da presidente: é um dos conselheiros que se reúnem periodicamente com ela para discutir estratégias para o governo e o PT.
Além do presidente nacional, o partido elegerá a partir de hoje (pode haver segundo turno, no dia 24) seus dirigentes regionais, em disputas cujos resultados darão um forte indicativo sobre o caminho que os petistas irão seguir nas corridas aos governos estaduais no próximo ano.
Em alguns locais, o arranjo partidário também contou com a articulação de Lula. Em São Paulo, seu candidato é o ex-prefeito de Osasco Emidio de Souza, que espera ser eleito com até 70% dos votos.
Ele deve coordenar a campanha do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao governo de São Paulo. A construção de um palanque que garanta boa votação para Dilma no maior colégio eleitoral do país é prioridade do partido.
Em pelo menos seis Estados o clima está conflagrado (veja quadro ao lado), sendo que em alguns se repete o racha interno observado nas últimas eleições.
Em Pernambuco, por exemplo, a disputa replica o que ocorreu em 2012, quando o então prefeito de Recife, João da Costa, teve sua candidatura à reeleição barrada pela cúpula nacional.
O candidato acabou sendo o senador Humberto Costa, e o PT passou vexame na capital pernambucana, ficando em terceiro na disputa após 12 anos no poder.
“Nas eleições de 2012 o PT foi para a segunda divisão na política de Pernambuco. Essa é a tentativa de recomeço”, diz o deputado federal Fernando Ferro (PT-PE).
Ele apoia o grupo de João da Costa, que tenta emplacar na presidência do PT a deputada estadual Teresa Leitão. Os aliados de Humberto Costa trabalham pelo advogado Bruno Ribeiro.
A vitória da primeira ala reforça a tendência de uma candidatura própria ao governo do Estado em 2014. Se a segunda levar a melhor, ganha peso o grupo que defende o apoio ao senador Armando Monteiro (PTB).
A aliança com Monteiro tende a facilitar o caminho para que Dilma consiga o apoio nacional do PTB, que na campanha de 2010 fazia parte da chapa tucana.
A eleição no Estado também é acompanhada de perto pela cúpula petista por se tratar do reduto eleitoral do governador Eduardo Campos (PSB), ex-aliado e agora adversário de Dilma.